da Agência Folha

O escritor e professor Décio Pignatari resolveu deixar São Paulo há um ano.
Mudou-se com a mulher para Curitiba. Diz que as razões para abandonar a cidade são as mesmas que muitos outros paulistas e paulistanos apontam para deixar a "terra da garoa": a feiúra e o caos urbano.
Pignatari já havia deixado São Paulo, cinco anos antes, para morar em um sítio na região da Itatiba (90 km ao norte de São Paulo). "Eu já não suportava São Paulo há muito tempo. Minhas razões são as de sempre: o caos, a desordem urbana, a feiúra, o ruído, o barulho, a confusão no trânsito, a poluição. Tudo resultado de uma industrialização arcaica, jurássica."
Pignatari diz que a cidade não tem uma característica própria. "São Paulo não ficou européia, nem americana, nem brasileira."
Ele faz elogios à nova cidade que escolheu para fixar moradia. "Vim para a única cidade que tem uma continuação administrativa. Aqui você ainda tem um relacionamento de natureza européia."

Aniversário
Em 5 de fevereiro, Pignatari vai comemorar um ano de moradia em Curitiba.
"O centro não tem nada de especial, mas existe uma série de bairros muito bem-feitos. As pessoas cuidam dos jardins, cuidam das calçadas."
Outro ponto que encanta Pignatari é a pureza do ar curitibano. "Vim embora respirar poluição zero." Ele conta que vive próximo a um parque. "Posso andar todos os dias cinco quilômetros em um bosque perto de casa."
O escritor ressaltou que Curitiba é uma localidade que ainda está em crescimento. "Essa é uma cidade conservadora. A industrialização está sendo feita lentamente. E aos poucos também está se tornando um pólo cultural."
Atualmente, Décio Pignatari leciona na Universidade Tuiuti. Ele recebeu um convite da instituição depois que se aposentou como professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (Universidade de São Paulo).


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