São Paulo, sexta-feira, 23 de janeiro de 2004

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HABITAÇÃO

Destino provável é conjunto construído pelo Estado

Campinas acerta transferência de 250 famílias de áreas de risco

PAULO REDA
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS

A Secretaria Municipal de Habitação de Campinas (95 km a noroeste de SP) fechou um acordo com a Secretaria de Estado da Habitação para transferir 250 famílias que vivem em áreas de risco às margens de ferrovias administradas pelas concessionárias Brasil Ferrovias e Centro Atlântica. A maior parte desses terrenos fica no distrito de Nova Aparecida.
Segundo o gerente da regional Campinas da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), João Jorge, existe um acordo firmado entre as secretarias de Habitação do Estado e de Campinas para que 232 (20%) dos 1.160 apartamentos do conjunto habitacional da companhia no distrito de Nova Aparecida, que tem inauguração prevista para junho, sejam destinados às famílias de áreas às margens das ferrovias.
Segundo o secretário de Habitação, Fernando Vaz Pupo, as negociações estão avançadas com o governo do Estado para que essas famílias ocupem o conjunto, em fase final de construção. A mudança abrange moradores dos bairros Parque Shalon, Jardim São Geraldo e Jardim Beira Rio 2.
"Vamos exigir, porém, que a prefeitura apresente a documentação que comprove que as famílias estavam realmente em áreas de risco e que são de baixa renda", afirmou Jorge.
Outra alternativa seria a transferência para áreas da antiga Fepasa (Ferrovias Paulista S.A.), hoje em poder da União. O município de Campinas reivindica a cessão das áreas por parte do governo federal em troca de dívidas da Fepasa com o município. Com a posse dos lotes, seria estudada uma alternativa para regularizá-los.
Segundo o vereador Sérgio Benassi (PC do B), que intermedeia a negociação com a União, existem ações na Justiça movidas pelas concessionárias para remoção das famílias.
A dona-de-casa Sônia Rodrigues de Souza, 22, que mora com marido e quatro filhos na favela do Parque Shalon, às margens da linha do trem, torce por um acordo: "Aqui não tenho sossego, preciso ficar de olho nas crianças o tempo todo para que elas não corram para a linha do trem".


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