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HABITAÇÃO
Destino provável é conjunto construído pelo Estado
Campinas acerta transferência de 250 famílias de áreas de risco
PAULO REDA
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
A Secretaria Municipal de Habitação de Campinas (95 km a noroeste de SP) fechou um acordo
com a Secretaria de Estado da Habitação para transferir 250 famílias que vivem em áreas de risco às
margens de ferrovias administradas pelas concessionárias Brasil
Ferrovias e Centro Atlântica. A
maior parte desses terrenos fica
no distrito de Nova Aparecida.
Segundo o gerente da regional
Campinas da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), João Jorge, existe um acordo firmado entre as secretarias de Habitação do Estado
e de Campinas para que 232
(20%) dos 1.160 apartamentos do
conjunto habitacional da companhia no distrito de Nova Aparecida, que tem inauguração prevista
para junho, sejam destinados às
famílias de áreas às margens das
ferrovias.
Segundo o secretário de Habitação, Fernando Vaz Pupo, as negociações estão avançadas com o
governo do Estado para que essas
famílias ocupem o conjunto, em
fase final de construção. A mudança abrange moradores dos
bairros Parque Shalon, Jardim
São Geraldo e Jardim Beira Rio 2.
"Vamos exigir, porém, que a
prefeitura apresente a documentação que comprove que as famílias estavam realmente em áreas
de risco e que são de baixa renda",
afirmou Jorge.
Outra alternativa seria a transferência para áreas da antiga Fepasa
(Ferrovias Paulista S.A.), hoje em
poder da União. O município de
Campinas reivindica a cessão das
áreas por parte do governo federal em troca de dívidas da Fepasa
com o município. Com a posse
dos lotes, seria estudada uma alternativa para regularizá-los.
Segundo o vereador Sérgio Benassi (PC do B), que intermedeia
a negociação com a União, existem ações na Justiça movidas pelas concessionárias para remoção
das famílias.
A dona-de-casa Sônia Rodrigues de Souza, 22, que mora com
marido e quatro filhos na favela
do Parque Shalon, às margens da
linha do trem, torce por um acordo: "Aqui não tenho sossego, preciso ficar de olho nas crianças o
tempo todo para que elas não corram para a linha do trem".
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