São Paulo, sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

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Megatemplo da Assembleia de Deus é irregular

EVANDRO SPINELLI
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL

O templo da Assembleia de Deus do Brás, na avenida Celso Garcia (centro de SP), emprestado anteontem à Renascer para um culto com a participação via satélite do apóstolo Estevam Hernandes, não tem autorização para reunir mais de 500 pessoas. Cerca de 5.000 participaram do culto.
Todo prédio usado para eventos com mais de 500 pessoas precisa obter do Contru um alvará de local de reunião, renovável anualmente, que atesta que o imóvel tem todas as condições de segurança para receber grandes públicos -rotas de fuga livres, equipamentos de proteção e combate a incêndio, ar-condicionado etc.
Ontem, questionado pela Folha, o Contru confirmou que nunca houve solicitação alguma de autorização para funcionamento de local de reunião no imóvel.
Mas a realização de cultos para milhares de pessoas no local não é novidade. Do templo são transmitidos cultos religiosos pela televisão -Rede TV! aos sábados pela manhã- e pela internet.
Entre novembro de 2006 e janeiro de 2007 foram feitos eventos de inauguração do que a igreja chama, em seu site, de "majestoso templo do Brás". Participaram dos cultos de inauguração a vereadora reeleita Marta Costa, do DEM, mesmo partido do prefeito Gilberto Kassab, e o deputado federal João Paulo Cunha (PT).
Desde o alvará de conclusão da obra, emitido em 1999, a prefeitura sabia que seriam realizados cultos no local. Mas nunca houve uma fiscalização para saber se eventos para mais de 500 pessoas eram organizados no prédio.
A Folha não conseguiu contato com representantes da Assembleia de Deus no início da noite de ontem, após a confirmação da irregularidade. Na igreja, um vigia informou que o expediente já havia se encerrado e não soube informar o telefone celular de nenhum responsável pelo imóvel.
A Renascer informou que não se pronunciaria sobre o caso, pois o imóvel pertence à Assembleia de Deus e foi apenas emprestado para a realização do culto.


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