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Burle Marx é o melhor parque de SP, diz estudo
Parque no Morumbi lidera ranking que avaliou estrutura e conservação de 41 locais
Entre os seis primeiros da lista, três estão na zona oeste e dois na sul, segundo a análise do Sindicato de Arquitetura e Engenharia
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Entre a grama bem cortada,
as flores e as placas com nomes
das árvores, segue uma das três
trilhas do parque Burle Marx,
no Morumbi, zona oeste de São
Paulo, região que concentra
três dos seis melhores parques
da cidade, segundo estudo do
Sinaenco (Sindicato da Arquitetura e Engenharia) -no topo
do qual está o Burle Marx.
É lá que, todos os dias, a assessora trilíngue Irona Ozio,
27, corre para manter a saúde.
Ela sai de casa, no condomínio
Panamby, caminha alguns metros e chega à trilha. "O parque
é lindo. Não tem farofa, tem trilhas limpinhas, micos e pássaros que dão a sensação de estar
fora de São Paulo, mesmo ao lado da marginal [Pinheiros]."
Mas nem todos os paulistanos têm essa sorte. Dos seis
melhores parques de São Paulo, segundo o Sinaenco, três estão na zona oeste e dois na zona
sul. Um só está na zona norte
-não há nenhum na leste, justamente a mais populosa.
O Sinaenco avaliou a estrutura e a conservação de 41 parques estaduais e municipais da
cidade. Desses, 30% foram tidos como bons e ótimos; 50%,
regulares; e 20%, como ruins,
levando-se em conta oito itens:
área verde, playground, quadras, equipamentos de ginástica, pista ou trilhas, acessibilidade, sanitários e bebedouros.
"Em uma cidade inóspita para se viver como São Paulo, extremamente poluída, onde se
locomover é algo penoso, os espaços de lazer e dispersão são
quase só os parques", diz o arquiteto Pedro Taddei, coordenador do estudo. Segundo ele, a
cidade tem 6 m2 de parque por
habitante, "menos de metade
do mínimo aceito pela Unesco".
Segundo a prefeitura, São
Paulo tem hoje 23 milhões de
metros quadrados de parques
(são 50). A projeção é de 50 milhões de metros quadrados até
2012. "E a distribuição será
mais equilibrada. Teremos parques em 100% das subprefeituras", diz o secretário municipal
do Verde, Eduardo Jorge. "Os
investimentos novos serão na
periferia." O orçamento para
fazer a manutenção dos parques (inclusa a segurança) é de
R$ 38,4 milhões em 2009.
"Mas não basta ter parque, é
preciso fazer a manutenção deles", diz Taddei, que elenca os
principais problemas apontados no estudo, feito em outubro e novembro de 2008: acessibilidade (44% de ruim ou regular) e a conservação de quadras e playgrounds.
A prefeitura condiciona as
notas ruins à demanda alta.
"Como a zona leste tem 4 milhões de habitantes e um investimento histórico de parques
pequeno, o desgaste é maior",
diz Jorge.
Mas o Ibirapuera, o Água
Branca e o Villa-Lobos, os três
mais visitados, estão entre os
sete mais bem avaliados. Jorge
disse que há outras questões.
"No Chico Mendes, por exemplo, há infiltrações que vêm da
rua. Tem que resolver o problema do bairro antes."
"Tudo depende da especificidade de cada parque", diz Taddei. "O Burle Marx tem a melhor posição devido ao difícil
acesso; por isso, a baixa demanda [é o 19º mais frequentado]".
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