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Laboratório impede envio de remédio ao Brasil
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
A retenção de uma carga do
princípio ativo do medicamento genérico Losartan -usado
no controle da hipertensão-
causou um incidente diplomático entre Brasil e Holanda. A
carga, importada pela brasileira EMS, vinha da Índia e ficou
presa no porto de Roterdã, sob
alegação de ser pirateada.
No Brasil e na Índia, o medicamento não é protegido por
patente e pode ser importado.
Na Holanda, porém, o laboratório alemão Merck é o detentor
dos direitos do Losartan e acabou solicitando a retenção.
Para o governo brasileiro, a
atitude das autoridades holandesas é um "grave retrocesso"
no acesso universal aos medicamentos. Uma resolução da
OMS (Organização Mundial da
Saúde) diz que a disputa por patentes não deve ser confundida
com pirataria e falsificação.
Segundo o secretário de
Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Reinaldo Guimarães, o caso é grave e é o primeiro a afetar diretamente as
importações da área de saúde.
Ele diz que, depois de uma
série de tratativas entre o laboratório indiano Dr. Reddy's
-produtor do Losartan que viria ao país- e a aduana holandesa, a carga foi liberada para
voltar à Índia, mas continua
impedida de vir ao Brasil.
Ontem, a primeira-secretária Mariela, da Embaixada do
Reino dos Países Baixos (Holanda), em Brasília, informou
que não sabia do incidente e
que contataria o governo holandês para se inteirar sobre o
caso hoje. A Folha tentou ainda contatar, por e-mail, a
Merck, em Darmstadt (Alemanha), mas não teve resposta.
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