São Paulo, sábado, 23 de fevereiro de 2002

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SAÚDE

Até 8.000 telefonemas deixam de ser atendidos em uma hora, afirma secretário; SP pode contratar telemarketing

Disque-dengue não dá conta de ligações

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário municipal da Saúde de São Paulo, Eduardo Jorge, afirmou ontem que o serviço disque-dengue da prefeitura não consegue dar conta de todas as solicitações feitas.
Além do problema do congestionamento das linhas telefônicas, o secretário aguarda o reforço de 200 soldados do Exército para atender aos pedidos de visita solicitados pela população.
Em janeiro, o serviço recebeu cerca de cem ligações diárias. Hoje são aproximadamente mil. Mas, de acordo com Jorge, um cálculo feito pela Telefônica indica que, em cada uma hora, 8.000 ligações deixam de ser atendidas. A prefeitura estuda contratar emergencialmente um serviço de telemarketing.
"Estamos tentando ligar há mais de uma hora para o serviço e só dá ocupado. Encontramos no meu apartamento um mosquito que parece o da dengue. Minha empregada está apavorada", afirmou um morador de Higienópolis, zona oeste, ontem à tarde, em telefonema para a reportagem.
Segundo Jorge, há muitas ligações de outros municípios e consultas que poderiam ser resolvidas com uma conversa com o vizinho. Ele afirmou que quem encontrar um foco do mosquito não precisa chamar a prefeitura. Basta eliminar a água e lavar o recipiente com bucha.
Hoje, durante o dia "D" de combate à dengue, as 1.142 escolas e creches da prefeitura estarão abertas das 10h às 12h para prestar orientação gratuita. Haverá ainda ações de limpeza executadas pelas administrações regionais.
É possível obter informações das atividades e telefones dos distritos de saúde, que também podem ser alertados sobre eventuais focos do Aedes aegypti, no site da Prefeitura de São Paulo (www.prefeitura.sp.gov.br).
O mesmo vale para as administrações regionais, que têm comunicação com a Secretaria Municipal da Saúde.
Segundo o secretário, será possível hoje comprar tampas para caixas-d'água na zona norte da cidade com preço de custo. A prefeitura fez acordo com uma empresa fabricante. Em supermercados da região, a prefeitura distribui areia para colocar nos pratinhos de vasos. O local é o que concentra a maior parte dos focos do mosquito. Apesar de a cidade ter focos em 69 de seus 96 distritos, registrou até ontem somente dez casos da doença contraídos no município -nove na zona norte e apenas um na região central. Teoricamente, só ocorreu transmissão da doença nesses locais.
A distribuição dos casos é a seguinte: seis na Vila Medeiros, dois no Mandaqui e um na Vila Guilherme. O caso no centro ocorreu no Pari. Há ainda 284 casos importados. (FL)


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