DA REPORTAGEM LOCAL

PPB versus PSDB. O previsível cenário da disputa eleitoral para o governo do Estado foi antecipado durante o debate promovido pela Folha.
Os protagonistas do embate foram o secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, que integra o governo tucano, e o deputado federal Cunha Bueno (PPB-SP). Nas frases, uma prévia do que deve ser a disputa de Geraldo Alckmin contra Paulo Maluf.
A primeira alfinetada foi de Cunha Bueno, que disse que falta autoridade ao secretário. "É uma opinião. Eu respeito. Assim como eu também tenho a minha. Não sobre o deputado, porque não me recordo de ele ter exercido cargo nessa área, mas sobre quem pôde exercer", rebateu Abreu Filho.
Bueno voltou ao ataque, afirmando que conhece mais de favela que o secretário. Abreu Filho revidou dizendo que Bueno "passa na favela a cada quatro anos" e fazendo uma segunda menção à campanha eleitoral: "Voltando ao mundo real, não ao mundo de Alice, neste primeiro embate a gente percebe que há uma grande diferença entre o discurso e a prática".
"Não a cada quatro anos, vou sempre", disse Bueno, retomando o caso da favela. "No governo, fizemos o famoso projeto Cingapura."
"Famoso. Frequenta mais as páginas policiais do que as páginas de educação e de política", rebateu Abreu Filho.
O secretário citou ainda o número de vagas em cadeias construídas pelo PSDB, lembrando que "no governo Maluf, zero, nada" foi construído.
"Há cenas, basta pegar os jornais. Há policiais amarrando preso em poste porque não havia algema. Hoje temos uma polícia equipada."
"E a criminalidade aumentando", disparou Bueno.
"Parece que o senhor não entende as coisas. A criminalidade aumenta inclusive pelo descaso do seu partido com as causas da violência", disse Abreu Filho. "Essa coisa da falta de comando parte de uma visão do deputado que é muito mais eleitoral. Ele mesmo não acredita nisso", finalizou o secretário. Bueno riu.


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