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Digital liga suspeito à morte de Daniel
Vestígio na Pajero em que o prefeito de Santo André estava é de Itamar Messias dos Santos; é a primeira prova confirmada pela polícia
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Secretaria da Segurança Pública confirmou ontem a primeira
prova da participação do office-boy Itamar Messias dos Santos,
21, e da quadrilha sediada na favela Pantanal (zona sul de São Paulo) no sequestro do prefeito de
Santo André Celso Daniel (PT).
A perícia concluiu que um vestígio de impressão digital encontrado na parte externa de um dos vidros da Pajero em que Daniel estava é de Itamar.
A namorada do office-boy, ouvida ontem no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção
à Pessoa), complicou ainda mais a
situação de Itamar. Segundo ela, o
namorado disse que fugiria porque participou do crime e estava
preocupado com a repercussão
do caso. Até ontem, a polícia confirmava a suspeita sobre Itamar
com base em depoimentos de
moradores da favela.
A polícia não tem dúvidas de
que membros da quadrilha sediada na favela mataram Daniel. "A
autoria já sabemos, precisamos
agora descobrir a motivação",
disse o secretário Saulo de Castro
Abreu Filho (Segurança Pública).
Além de Itamar, a polícia identificou outros cinco suspeitos: Andrelisom dos Santos Oliveira, o
Cara Seca, preso em Vitória da
Conquista (BA); Ivan Rodrigues
da Silva, o Monstro; Juscelino da
Costa Barros, o Cara de Gato; Mário Sérgio Santo de Souza, o Serginho; e Rodolfo Rodrigo dos Santos Oliveira, o Bozinho.
Itamar faria parte de uma quadrilha que fazia sequestros relâmpagos e usava a favela como cativeiro. "Todas as evidências apontam para crime comum", disse
ontem o deputado federal Luiz
Eduardo Greenhalgh (PT).
O IC (Instituto de Criminalística) entregou ontem à polícia 23
laudos sobre o caso Daniel. Entre
as principais conclusões, adiantadas ontem pela Folha, está a confirmação da grande compatibilidade entre a tinta da Pajero e pigmentos identificados em uma
Blazer usada pelos sequestradores, que foi encontrada na favela.
Os peritos ainda terão de finalizar mais três laudos: exames microquímicos de solo para confirmar se Daniel ficou em um cativeiro na favela, análises complementares da fita do circuito interno restaurante Rubaiyat -onde
o prefeito jantou antes de ser sequestrado- e o laudo da reconstituição do crime.
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