São Paulo, sábado, 23 de fevereiro de 2008

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Estudante estava bêbado ao atropelar frentista, diz laudo

Jovem será indiciado sob acusação de tentativa de homicídio; seis frascos encontrados no carro eram de lança-perfume

Vítima teve traumatismo craniano, queimaduras e fraturas; depois de 4 dias respirando por aparelhos, está consciente e passa bem

JUCIMARA DE PAUDA
DA FOLHA RIBEIRÃO

Laudo divulgado ontem pela Polícia Civil aponta que o estudante de direito Caio Meneghetti Fleury Lombardi, 19, estava embriagado no momento em que atropelou o frentista Carlos Pereira Silva, 37, em um posto de combustíveis na avenida Independência, em Ribeirão Preto, há duas semanas.
O laudo é do Ceap (Centro de Exames, Análises e Pesquisas) do Instituto de Criminalística de Ribeirão Preto.
No sangue do estudante havia 0,85 g de álcool em cada litro, quando o limite permitido é até 0,60 g (cerca de duas latinhas de cerveja), segundo o Código de Trânsito Brasileiro.
"Ele estava em um patamar de embriaguez que lhe permitia saber o que estava fazendo de errado, por isso vai ser indiciado sob a acusação de tentativa de homicídio", afirmou o delegado Luiz Geraldo Dias.
Segundo o psiquiatra Erikson Furtado, do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, que coordena um estudo sobre os efeitos do consumo do álcool no ser humano, não existe um consenso sobre qual seja o limite de álcool aceitável para quem vai dirigir.
"O importante é fiscalizar o cumprimento da lei. Do ponto de vista fisiológico, o álcool em doses baixas já é suficiente para produzir alterações que podem levar a acidentes", pondera o psiquiatra.
O laudo também confirmou que os seis frascos encontrados no carro do universitário eram de lança-perfume.
"Ainda não sabemos se ele usou. Vamos aguardar o laudo toxicológico", disse Dias.
No dia do acidente, Lombardi passou sobre o canteiro da avenida, entrou com o Vectra no posto, arrancou a bomba de gasolina e em seguida atropelou o frentista.
Silva teve traumatismo craniano, fraturas e queimaduras. Depois de ficar quatro dias respirando por aparelhos no HC, o frentista está consciente e passa bem.
O delegado afirmou que vai pedir a suspensão da carteira de habilitação do estudante e exigir o cumprimento do artigo 297 do Código de Trânsito Brasileiro -que determina que o motorista custeie o tratamento médico da vítima do acidente.
O advogado do rapaz, Eduardo de Melo Franco, disse que não vai comentar o caso.


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