São Paulo, quinta-feira, 23 de março de 2000


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Associados rejeitam versão da polícia

da Reportagem Local

Diretores e integrantes da Associação dos Distribuidores de Coco Verde de São Paulo não acreditam na hipótese apresentada pela Polícia Civil para justificar a morte de Gilberto Monteiro da Silva.
Segundo oito pessoas ouvidas pela Folha, José Carlos Paulino dos Santos, apontado como o mandante do crime, não ganharia dinheiro nem cargos com a morte do presidente. Eles também desconhecem a existência de brigas entre Silva e o suposto mandante. Santos não aparece na associação desde a quarta-feira passada, um dia antes da morte do presidente.
A associação foi criada em outubro de 97 e conta com 34 associados. O diretor José Lazaro Luz, um dos fundadores da entidade, afirmou que Santos não teria nenhuma vantagem econômica com a morte de Silva.
Segundo Luz, a associação gasta R$ 9.000 por mês para cobrir todas as despesas e arrecada no máximo R$ 10 mil com as contribuições feitas pelos seus integrantes.
Cada associado paga R$ 50 de contribuição por cada caminhão carregado que estaciona no pátio usado pela associação. A movimentação média é de 200 caminhões por mês no verão.
Cada associado é responsável pela compra dos cocos trazidos do Norte e Nordeste do país e pela distribuição dos produtos em São Paulo. Um associado ganha cerca de R$ 300 em cada caminhão carregado com 7.000 cocos, excluindo o frete -R$ 1.100- e o valor pago pelo coco -R$ 0,20.
"A associação dá pouco dinheiro. Tanto que está com o telefone cortado há dois meses por falta de pagamento. E, mesmo que quisesse, ele (Santos) não poderia assumir nenhum cargo porque não faz parte dos membros fundadores da associação", disse Luz.
Silva reassumiu o cargo de presidente em uma assembléia feita dia 17 de janeiro após nove meses de afastamento. Ele ficaria no cargo até outubro de 2000.
Nove pessoas votaram contra o retorno de Silva à presidência porque consideravam que ele estava desgastado após as denúncias da máfia da propina.
Diretores da associação, no entanto, negaram que Silva tenha contrariado interesses ao retomar o cargo e tentar implantar uma nova organização. (GN)

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