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Associados rejeitam versão da polícia
da Reportagem Local
Diretores e integrantes da Associação dos Distribuidores de Coco Verde de São Paulo não acreditam na hipótese apresentada pela
Polícia Civil para justificar a morte de Gilberto Monteiro da Silva.
Segundo oito pessoas ouvidas
pela Folha, José Carlos Paulino
dos Santos, apontado como o
mandante do crime, não ganharia
dinheiro nem cargos com a morte
do presidente. Eles também desconhecem a existência de brigas
entre Silva e o suposto mandante.
Santos não aparece na associação
desde a quarta-feira passada, um
dia antes da morte do presidente.
A associação foi criada em outubro de 97 e conta com 34 associados. O diretor José Lazaro Luz,
um dos fundadores da entidade,
afirmou que Santos não teria nenhuma vantagem econômica
com a morte de Silva.
Segundo Luz, a associação gasta
R$ 9.000 por mês para cobrir todas as despesas e arrecada no máximo R$ 10 mil com as contribuições feitas pelos seus integrantes.
Cada associado paga R$ 50 de
contribuição por cada caminhão
carregado que estaciona no pátio
usado pela associação. A movimentação média é de 200 caminhões por mês no verão.
Cada associado é responsável
pela compra dos cocos trazidos
do Norte e Nordeste do país e pela
distribuição dos produtos em São
Paulo. Um associado ganha cerca
de R$ 300 em cada caminhão carregado com 7.000 cocos, excluindo o frete -R$ 1.100- e o valor
pago pelo coco -R$ 0,20.
"A associação dá pouco dinheiro. Tanto que está com o telefone
cortado há dois meses por falta de
pagamento. E, mesmo que quisesse, ele (Santos) não poderia assumir nenhum cargo porque não
faz parte dos membros fundadores da associação", disse Luz.
Silva reassumiu o cargo de presidente em uma assembléia feita
dia 17 de janeiro após nove meses
de afastamento. Ele ficaria no cargo até outubro de 2000.
Nove pessoas votaram contra o
retorno de Silva à presidência
porque consideravam que ele estava desgastado após as denúncias da máfia da propina.
Diretores da associação, no entanto, negaram que Silva tenha
contrariado interesses ao retomar
o cargo e tentar implantar uma
nova organização.
(GN)
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