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Promotor não descarta motivo político
da Reportagem Local
O promotor do 1º Tribunal do
Júri Márcio José Lauria Filho afirmou ontem que a motivação do
assassinato do ambulante Gilberto Monteiro da Silva não ficou clara nas declarações dadas pelos
dois homens que confessaram ter
participado do crime.
O promotor ainda não descartou a possibilidade de o assassinato do ambulante ter sido motivado por interesses políticos ou ter
sido uma "queima de arquivo"
por causa das denúncias de Silva
sobre a máfia da propina.
"O que ficou claro foi apenas a
ligação dos executores com o contratante, mas não é possível afirmar que os interesses param por
aí", disse Lauria Filho. "Muitas
vezes os executores são contratados sem estarem cientes do que
realmente acontece."
O promotor afirmou que vai esperar a conclusão do exame de
balística das armas apreendidas
pela polícia para confirmar a veracidade das informações dos
dois acusados.
"A confissão é um forte indício
de que não houve queima de arquivo. Mas é melhor esperar o resultado da balística para ver se
precisamos de mais provas", disse
o promotor.
Dúvida
O presidente do Sindicato dos
Camelôs Independentes de São
Paulo, Afonso José da Silva, afirmou ontem que não acredita que
uma disputa de poder entre integrantes da Associação dos Distribuidores de Coco Verde possa ter
motivado o assassinato de Gilberto Monteiro da Silva.
"O crime foi cometido por pessoas qualificadas. Me recuso a
acreditar que o motivo foi uma
briguinha de uma associação",
disse. Afonso José da Silva reafirmou que as pessoas que fizeram
denúncias nas investigações da
máfia da propina continuam recebendo ameaças.
Ele deve entregar hoje à polícia
uma lista de telefones usados para
fazer ameaças de mortes a diretores do sindicato. O camelô também vai pedir proteção especial.
A Folha teve acesso aos números dos telefones. Todos são de telefones públicos localizados na
principal praça do centro de São
José dos Campos (97 km a nordeste de São Paulo), perto da Câmara Municipal da cidade.
(GN)
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