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CRISE NO RIO
Comissão que apura corrupção na polícia receberá pedido para que ex-coordenador seja investigado
Acusados preparam dossiê contra Soares
SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio
A comissão especial que apura a
corrupção policial no Rio receberá pedido formal dos acusados
para que seja investigado o antropólogo Luiz Eduardo Soares, ex-coordenador de Segurança e Cidadania do governo estadual.
Os acusados apresentarão aos
seis membros da comissão -representantes da Procuradoria Geral de Justiça, Polícia Civil e Polícia Militar- um dossiê com supostas irregularidades cometidas
por Soares nos 15 meses em que
trabalhou na Secretaria de Segurança Pública.
"Ou se investiga tudo ou não se
investiga nada", afirmou à Folha
José Carlos Tórtima, advogado do
inspetor José Luiz Magalhães,
afastado do serviço policial pelo
governador Anthony Garotinho
(PDT), por causa das acusações.
O procurador-geral de Justiça,
José Muiños Piñeiro Filho, que
supervisiona a comissão, já disse
que todas as denúncias recebidas
pela comissão serão analisadas.
Os policiais estão sendo investigados pela comissão especial com
base em dossiê preparado pelo
ex-coordenador.
O contra-ataque dos acusados
inclui documentos que comprovariam o superfaturamento de
compras e obras do Projeto Delegacia Legal e de reestruturação
das delegacias de Polícia Civil.
Sem licitação
Principal ação de Garotinho na
área de segurança, o Delegacia Legal é um projeto idealizado e
coordenado por Soares até sua
demissão na semana passada por
Garotinho.
Para tocar o projeto, por orientação de Soares, foi contratada
sem licitação a Fundação Coppetec, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Em julho do ano passado, uma
comissão nomeada pelo secretário de Segurança, Josias Quintal,
concluiu, após 36 dias de investigação, que houve superfaturamento na compra de equipamentos e em obras da 1ª Delegacia Legal e da Central de Dados da Polícia Civil.
Mantida em sigilo pelo governo
durante cinco meses, a conclusão
da comissão foi revelada pela Folha em 10 de dezembro do ano
passado.
Insatisfeito com o resultado,
Soares nomeou uma segunda comissão, que em quatro dias concluiu que não houve superfaturamento.
O caso foi parar no TCE (Tribunal de Contas do Estado), que
abriu investigação. Os documentos fornecidos pelo governo estadual estão sendo analisados pelos
conselheiros do TCE.
Os policiais investigados querem que a comissão também examine atos praticados por Soares e
seus auxiliares no governo.
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