São Paulo, quinta-feira, 23 de março de 2000


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NO AR
Por causa do GP de F-1, os céus de São Paulo receberão um número inédito de aeronaves no domingo
Cidade terá "engarrafamento aéreo"

LUIZ CAVERSAN
da Reportagem Local

No próximo domingo deverá ocorrer um verdadeiro congestionamento de helicópteros nos céus de São Paulo. Número inédito de aeronaves estará cruzando a cidade por conta da realização, no autódromo de Interlagos, do GP Brasil de Fórmula 1.
Somente numa ponte aérea, que será estabelecida entre o aeroporto de Congonhas (zona sudoeste) e o local da corrida (zona sul), está prevista a participação de 70 aeronaves (no ano passado foram 59).
Contando os helicópteros que partirão de outros locais (demais aeroportos, heliportos particulares e de outras cidades) em direção ao autódromo, mais os vôos que normalmente ocorrem aos domingos, o número de máquinas sobre as cabeças de boa parte dos paulistanos deverá chegar a uma centena.
Isso sem computar os cerca de 390 aviões que, segundo a Aeronáutica, também deverão passar pela cidade naquele dia.
"Trata-se da maior operação civil de transporte aéreo por helicópteros do mundo", afirma o comandante Jorge Faria, 30, da LRC Táxi Aéreo, empresa contratada pelos organizadores da corrida de F-1 e que há 11 anos gerencia o tráfego aéreo em torno do autódromo. Interlagos ganhará heliporto, torre de controle e dois corredores aéreos de aproximação.
Segundo Faria, deverá ocorrer um total de 1.200 pousos e decolagens de helicópteros no domingo. Essa é também a estimativa do coronel Ricardo Nogueira da Silva, chefe do SRPV (Serviço Regional de Proteção ao Vôo) do Ministério da Aeronáutica.
São Paulo mantém a terceira maior frota de helicópteros particulares do mundo (fica atrás de Nova York e Tóquio), segundo levantamento feito no mês passado pelo influente jornal norte-americano "The New York Times".
A cidade já possui, portanto, um tráfego aéreo particularmente intenso: em momentos de pico de dias normais, chega-se a 40 aeronaves no ar ao mesmo tempo
Ou seja, no domingo, deverá haver mais que o dobro de aparelhos voando.

VIPs e serviços
Os helicópteros em operação no domingo servirão basicamente para: transporte de passageiros (VIPs ou quem estiver disposto a pagar entre US$ 350 e US$ 500, ida e volta), pessoal técnico, pilotos, equipes de filmagem, equipes de resgate, polícia e bombeiros.
Haverá uma aeronave, modelo Jet Ranger, que ficará parada sobre o autódromo durante a corrida, pousando apenas para reabastecer. Essa máquina estará equipada com diversas antenas e funcionará como estação repetidora para emissoras de TV, para a comunicação entre os boxes e os pilotos e até mesmo para redirecionar a imagem que a TV transmite a partir das câmaras instaladas nos automóveis na pista.
Para que essa complexa operação possa ocorrer, todos os helicópteros que irão pousar em Interlagos domingo passarão obrigatoriamente por um cadastramento prévio. Da mesma forma, os pilotos serão obrigados a participar hoje de uma reunião de instrução. Máquina não cadastrada e piloto que não comparecer à reunião estarão impedidos de pousar no autódromo.
Há ainda outra exigência para o pouso: o pagamento de uma taxa. Segundo o coordenador da LRC, Jorge Faria, haverá um custo operacional de cerca de U$ 70 mil para ser rateado. "Por isso, cada vez que uma aeronave pousar no autódromo deverá pagar U$ 255 e, se o aparelho ficar estacionado no pátio lá existente até o final da competição, isso custará ao seu proprietário mais US$ 850."


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