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NO AR
Por causa do GP de F-1, os céus de São Paulo receberão um número inédito de aeronaves no domingo
Cidade terá "engarrafamento aéreo"
LUIZ CAVERSAN
da Reportagem Local
No próximo domingo deverá
ocorrer um verdadeiro congestionamento de helicópteros nos céus
de São Paulo. Número inédito de
aeronaves estará cruzando a cidade por conta da realização, no autódromo de Interlagos, do GP
Brasil de Fórmula 1.
Somente numa ponte aérea, que
será estabelecida entre o aeroporto de Congonhas (zona sudoeste)
e o local da corrida (zona sul), está
prevista a participação de 70 aeronaves (no ano passado foram 59).
Contando os helicópteros que
partirão de outros locais (demais
aeroportos, heliportos particulares e de outras cidades) em direção ao autódromo, mais os vôos
que normalmente ocorrem aos
domingos, o número de máquinas sobre as cabeças de boa parte
dos paulistanos deverá chegar a
uma centena.
Isso sem computar os cerca de
390 aviões que, segundo a Aeronáutica, também deverão passar
pela cidade naquele dia.
"Trata-se da maior operação civil de transporte aéreo por helicópteros do mundo", afirma o comandante Jorge Faria, 30, da LRC
Táxi Aéreo, empresa contratada
pelos organizadores da corrida de
F-1 e que há 11 anos gerencia o tráfego aéreo em torno do autódromo. Interlagos ganhará heliporto,
torre de controle e dois corredores aéreos de aproximação.
Segundo Faria, deverá ocorrer
um total de 1.200 pousos e decolagens de helicópteros no domingo.
Essa é também a estimativa do coronel Ricardo Nogueira da Silva,
chefe do SRPV (Serviço Regional
de Proteção ao Vôo) do Ministério da Aeronáutica.
São Paulo mantém a terceira
maior frota de helicópteros particulares do mundo (fica atrás de
Nova York e Tóquio), segundo levantamento feito no mês passado
pelo influente jornal norte-americano "The New York Times".
A cidade já possui, portanto,
um tráfego aéreo particularmente
intenso: em momentos de pico de
dias normais, chega-se a 40 aeronaves no ar ao mesmo tempo
Ou seja, no domingo, deverá
haver mais que o dobro de aparelhos voando.
VIPs e serviços
Os helicópteros em operação no
domingo servirão basicamente
para: transporte de passageiros
(VIPs ou quem estiver disposto a
pagar entre US$ 350 e US$ 500,
ida e volta), pessoal técnico, pilotos, equipes de filmagem, equipes
de resgate, polícia e bombeiros.
Haverá uma aeronave, modelo
Jet Ranger, que ficará parada sobre o autódromo durante a corrida, pousando apenas para reabastecer. Essa máquina estará
equipada com diversas antenas e
funcionará como estação repetidora para emissoras de TV, para a
comunicação entre os boxes e os
pilotos e até mesmo para redirecionar a imagem que a TV transmite a partir das câmaras instaladas nos automóveis na pista.
Para que essa complexa operação possa ocorrer, todos os helicópteros que irão pousar em Interlagos domingo passarão obrigatoriamente por um cadastramento prévio. Da mesma forma,
os pilotos serão obrigados a participar hoje de uma reunião de instrução. Máquina não cadastrada
e piloto que não comparecer à
reunião estarão impedidos de
pousar no autódromo.
Há ainda outra exigência para o
pouso: o pagamento de uma taxa.
Segundo o coordenador da LRC,
Jorge Faria, haverá um custo operacional de cerca de U$ 70 mil para ser rateado. "Por isso, cada vez
que uma aeronave pousar no autódromo deverá pagar U$ 255 e,
se o aparelho ficar estacionado no
pátio lá existente até o final da
competição, isso custará ao seu
proprietário mais US$ 850."
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