São Paulo, quinta-feira, 23 de março de 2000


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SAÚDE
Município enfrenta surto da doença neste ano
Campinas tem 276 casos de meningite

RAQUEL LIMA
free-lance para a Folha Campinas

A DIR-12 (Direção Regional de Saúde) de Campinas (99 km de São Paulo) registrou nos últimos seis dias 49 casos de meningite viral. O número de casos subiu de 227 para 276 neste ano.
Na última segunda-feira, a DIR-12 confirmou que a região enfrenta um surto de meningite viral.
Nos três primeiros meses do ano passado, a direção registrou 195 casos da doença. No ano passado, a região também enfrentou um surto de meningite viral.
O número de casos de meningite viral aumentou na região no mesmo período da campanha contra a febre amarela. No entanto, a DIR-12 ainda descarta uma possível ligação entre a doença e a vacinação contra a febre amarela. A campanha aconteceu de 5 de fevereiro a 3 deste mês.

Laudo
Laudo do IML (Instituto Médico Legal) de São Paulo confirmou ontem que a morte do técnico em eletrônica Marcos Gonçalves, 30, em Jundiaí (60 km de SP), foi provocada por meningite bacteriana.
O CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica) da Secretaria de Estado da Saúde descartou ontem que a morte de Gonçalves tenha sido provocada por reação adversa à vacina contra a febre amarela.
O técnico em eletrônica morreu no dia 28 de fevereiro, dois dias após ter recebido a vacina.
Segundo a coordenadora da DIR-12 de Campinas, Maria Filomena Gouveia Vilela, o laudo comprova que a vacina não provocou a morte de Gonçalves. "Ele morreu por uma infecção causada por bactéria e a vacina é feita com um vírus", disse.
Apesar do laudo do IML, a infectologista da FCM (Faculdade de Ciências Médicas) da Unicamp, Raquel Silveira Bello Stucchi, disse que ainda tem dúvidas sobre a segurança da vacina contra a febre amarela. "Não entendo esta resistência do Ministério da Saúde em manter a vacinação no país", afirmou.
Anteontem, o CVE descartou que a morte do aposentado Luís da Silva, 74, de Americana (133 km de SP), tenha sido provocada por reação à vacina.
Segundo análises dos exames feitos pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, o aposentado morreu por infecção bacteriana generalizada. Silva havia tomado a vacina do mesmo lote que a costureira Kate Cristina de Ramos, 22, que morreu no dia 27 de fevereiro por reação à imunização.



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