São Paulo, quinta-feira, 23 de março de 2000


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SAÚDE

Eficácia de vacina contra gripe pode passar de 75%

AURELIANO BIANCARELLI
da Reportagem Local

Os especialistas conseguiram fechar um pouco mais o cerco ao vírus mais mutante e mais frequente no cotidiano das pessoas, o vírus da influenza -a popular gripe. A vacina contra o vírus deste ano 2000, aplicada no Hemisfério Sul, é diferente daquela oferecida no Hemisfério Norte.
Significa que sua eficácia poderá ir além dos atuais 70% a 75%, pois a vacina consegue atingir um espectro mais amplo de vírus.
Até o ano passado, a vacina era a mesma para o mundo inteiro. A atual especificidade se deve a uma ampliação da rede de laboratórios que monitoram o vírus da influenza em todos os continentes. São 110 laboratórios -três deles no Brasil- que enviam amostras do vírus para análise em quatro grandes centros, nos EUA, na Inglaterra, no Japão e na Austrália.
Dentro do Brasil, uma rede de outros "laboratórios-colaboradores" está permitindo a coleta de amostras regionais, explica Terezinha Maria de Paiva, virologista do Instituto Adolfo Lutz.
A rede mundial de caça ao vírus da influenza foi montada ainda na década de 50. A Organização Mundial da Saúde, que monitora a rede, passou a organizar dois encontros anuais, em fevereiro e dezembro, definindo vacinas diferentes para cada hemisfério.
A OMS vem preconizando a aplicação dessa vacina para todas as pessoas. No Brasil, ela só é oferecida para as pessoas acima de 60 anos em campanha nacional que acontece entre os dias 24 e 28 de abril. Os outros interessados precisam pagar por ela, entre R$ 25 e R$ 40. Só na cidade de São Paulo existem entre 30 e 40 clínicas de imunização espalhadas por todas as regiões. Muitas empresas e planos de saúde já estão oferecendo a vacina para seus funcionários ou associados, já que sua aplicação reduz em muito as faltas ao trabalho e as internações.
Segundo Terezinha, o vírus da influenza é o responsável pelo maior número de mortes e de casos de doença entre os vírus respiratórios. Mesmo as pessoas jovens e saudáveis se beneficiam com a vacina, pois ela reduz a frequência e a intensidade das gripes, afirmam os médicos.
"A vacina deve ser tomada anualmente e não tem nenhuma contra-indicação", diz a médica infectologista Rosana Richtmann, da Maternidade Santa Joana e do Hospital Beneficência Portuguesa. A vacina é feita a partir de vírus morto e pode ser tomada em qualquer idade, beneficiando especialmente as pessoas idosas e aquelas imunodeprimidas.
"Ela começa a fazer efeito cerca de dez dias depois e atinge o pico duas semanas após sua aplicação", diz Guido Levi, diretor do Hospital Emílio Ribas.
Entre os efeitos colaterais está uma febre leve que pode aparecer em 3% das pessoas no dia da aplicação ou 24 horas depois.
Os infectologistas sugerem que as pessoas interessadas passem antes por um médico.


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