|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SAÚDE
Eficácia de
vacina contra
gripe pode
passar de 75%
AURELIANO BIANCARELLI
da Reportagem Local
Os especialistas conseguiram
fechar um pouco mais o cerco ao
vírus mais mutante e mais frequente no cotidiano das pessoas,
o vírus da influenza -a popular
gripe. A vacina contra o vírus deste ano 2000, aplicada no Hemisfério Sul, é diferente daquela oferecida no Hemisfério Norte.
Significa que sua eficácia poderá ir além dos atuais 70% a 75%,
pois a vacina consegue atingir um
espectro mais amplo de vírus.
Até o ano passado, a vacina era a
mesma para o mundo inteiro. A
atual especificidade se deve a uma
ampliação da rede de laboratórios
que monitoram o vírus da influenza em todos os continentes.
São 110 laboratórios -três deles
no Brasil- que enviam amostras
do vírus para análise em quatro
grandes centros, nos EUA, na Inglaterra, no Japão e na Austrália.
Dentro do Brasil, uma rede de
outros "laboratórios-colaboradores" está permitindo a coleta de
amostras regionais, explica Terezinha Maria de Paiva, virologista
do Instituto Adolfo Lutz.
A rede mundial de caça ao vírus
da influenza foi montada ainda na
década de 50. A Organização
Mundial da Saúde, que monitora
a rede, passou a organizar dois
encontros anuais, em fevereiro e
dezembro, definindo vacinas diferentes para cada hemisfério.
A OMS vem preconizando a
aplicação dessa vacina para todas
as pessoas. No Brasil, ela só é oferecida para as pessoas acima de 60
anos em campanha nacional que
acontece entre os dias 24 e 28 de
abril. Os outros interessados precisam pagar por ela, entre R$ 25 e
R$ 40. Só na cidade de São Paulo
existem entre 30 e 40 clínicas de
imunização espalhadas por todas
as regiões. Muitas empresas e planos de saúde já estão oferecendo a
vacina para seus funcionários ou
associados, já que sua aplicação
reduz em muito as faltas ao trabalho e as internações.
Segundo Terezinha, o vírus da
influenza é o responsável pelo
maior número de mortes e de casos de doença entre os vírus respiratórios. Mesmo as pessoas jovens e saudáveis se beneficiam
com a vacina, pois ela reduz a frequência e a intensidade das gripes, afirmam os médicos.
"A vacina deve ser tomada
anualmente e não tem nenhuma
contra-indicação", diz a médica
infectologista Rosana Richtmann,
da Maternidade Santa Joana e do
Hospital Beneficência Portuguesa. A vacina é feita a partir de vírus
morto e pode ser tomada em
qualquer idade, beneficiando especialmente as pessoas idosas e
aquelas imunodeprimidas.
"Ela começa a fazer efeito cerca
de dez dias depois e atinge o pico
duas semanas após sua aplicação", diz Guido Levi, diretor do
Hospital Emílio Ribas.
Entre os efeitos colaterais está
uma febre leve que pode aparecer
em 3% das pessoas no dia da aplicação ou 24 horas depois.
Os infectologistas sugerem que
as pessoas interessadas passem
antes por um médico.
Texto Anterior: Trânsito: Menina morre atropelada em suposto racha no PR Próximo Texto: Violência: Garoto acusado de crime vai para albergue Índice
|