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VIOLÊNCIA
Por ter 10 anos, D.L.A.C., que diz ter participado de duplo assassinato, não pode ir para a Febem
Garoto acusado de crime vai para albergue
ALESSANDRO SILVA
da Reportagem Local
O menino acusado de participar
de um duplo assassinato em São
Roque (92 km de São Paulo) está
em um albergue da capital destinado a menores carentes.
O local, do SOS Criança, para
onde D.L.A.C. foi levado ontem à
noite, não é uma unidade de internação, ou seja, há liberdade para entrada e saída. Ele deve ser
acompanhado por psicólogos.
O motivo é a idade. Como ele
tem menos de 12 anos, não cometeu, por lei, ato infracional (crime
de adolescente) e não pode ser internado na Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor).
Ontem, a polícia descobriu que
D.L.A.C. tem na verdade 10 e não
9 anos, completados no dia 11,
quando ele diz ter participado do
assassinato dos irmãos Leandro
José da Silva, 9, e Paloma Carolina
da Silva, 8. A garota teria sido vítima ainda de violência sexual.
L.C.S., 13, e J.V.C.,16, os outros
dois acusados pelos crimes, vão
ficar na delegacia, aguardando
decisão da Justiça sobre o pedido
de internação na Febem.
A polícia localizou ontem, em
São Paulo, o padrasto e a mãe de
D.L.A.C., que, segundo ele, haviam morrido. Catarrento, como
é conhecido, fugiu de casa em setembro de 99. ""Ele sumia de tempos em tempos desde os 6 anos",
disse seu padrasto, Ronaldo Vitor
Batista, 27.
Batista ficou sabendo do crime
pelos policiais que o encontraram. ""Ele (garoto) nem falou comigo, só balançou a cabeça dizendo que não queria voltar para casa. Ele sempre evitou a gente."
O mais velho entre cinco irmãos, D. fugiu de casa quando ia
para a escola, no Itaim Paulista
(zona leste). ""Sinto muito que tenha acontecido tudo isso, principalmente pelos pais das crianças
que morreram", afirmou Batista.
Desempregado, ele mantém a
família com o que ganha vendendo cigarro na rua e do que recebe
como ajuda de amigos.
Mistério
A polícia investiga a possibilidade de os três meninos terem feito uma outra vítima.
Há cinco meses, a polícia achou
o corpo de uma menina de no
máximo 12 anos a 300 metros do
local onde os dois assassinatos
aconteceram. Segundo o delegado José de Arruda Madureira Júnior, de São Roque, a menina foi
morta a pauladas, como no crime
com os dois irmãos. Os garotos
negaram ter assassinado a menina, que ainda não foi identificada
pela polícia.
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