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BARBARA GANCIA
Vai pra casa, Battisti!
O terrorista Cesare Battisti é problema da Itália. Nós não temos rigorosamente
nada a ver com isso
SE VOCÊ não conhece a história
do PCC (Primeiro Comando da
Capital), não pode deixar de ler
(em inglês) a reportagem "Cidade do
medo", de William Langewiesche
(com fotos de Sebastião Salgado),
que ocupa 11 páginas da revista "Vanity Fair" de abril, à venda nas bancas de São Paulo. É impressionante o
grau de apuração da reportagem, a
quantidade de gente entrevistada e o
esmero na edição. Os repórteres da
"Vanity Fair" têm condições de fazer
o que, para qualquer jornalista tapuia, seria impensável. Eles recebem
verbas e prazos ilimitados e só voltam à redação quando a matéria estiver prontinha da silva, independentemente do tempo e dinheiro gastos
na sua confecção. São condições que
nenhuma publicação brasuca pode
sonhar em oferecer aos seus profissionais, e o resultado é notável. A
"Vanity Fair" conseguiu fazer a matéria definitiva sobre a facção criminosa. No fim das contas, o autor conclui que, longe de ser um movimento
político, o PCC não passa de uma
gangue que utiliza métodos "abaixo
de animalescos". Vale notar que, ao
mesmo tempo em que está nas bancas paulistanas, a revista também pode ser adquirida em Moscou, Cidade
do México, Xangai... Ó vida, ó dor...
Capacidade
Uma sexóloga no Turismo, um jornalista no Desenvolvimento, um especialista em previdência na Agricultura e outro em Albânia e mandioca na Defesa. Eu pergunto: qual o
critério técnico usado na escolha
dos novos ministros do governo Lula? Será o mesmo que a governadora
do Pará, a petista Ana Júlia Carepa,
usou para nomear como assessoras
especiais sua cabeleireira e sua esteticista?
Ler faz bem
Já está na hora de Clodovil Hernandez perceber que não é mais apresentador de TV. Homossexual há 70
anos, em vez de prestigiar o lançamento, na quarta, da Frente Parlamentar em defesa dos Gays, Lésbicas e Transgêneros, o deputado do
PTC compareceu ao evento para esculhambar, dizendo que não se orgulha de ser gay. Ora, ora, meu querido Clô! O movimento do Orgulho
Gay não prega que homossexuais
sejam mais orgulhosos que héteros.
Ele existe para ajudar a minoria a se
livrar da culpa, da vergonha e da humilhação que resultam de sua condição sexual. Quando o homossexual fala em orgulho, o que ele está
dizendo é que se sente bem na própria pele, a despeito do julgamento
que façam dele. Em vez de se valer
apenas de intuição e lábia, que tal
colher informações antes de opinar?
O que é isso, Gabeira?
O terrorista das Brigadas Vermelhas Cesare Battisti foi condenado
à prisão perpétua na Itália pelo assassinato de um joalheiro. Depois
de cumprir cinco meses de pena,
ele se escafedeu. Durante a fuga,
um carcereiro e um agente das Forças Especiais foram mortos. Battisti participou ainda do comando que
invadiu a sede do MSI (partido de
direita), matando um de seus
membros. Essa questão toda é um
problema da Itália. Nós não temos
rigorosamente nada a ver com isso.
Querer dar guarida a esse senhor
em nosso país é mais uma piada da
esquerda obscurantista, que acha
que matar joalheiro constitui importante passo na luta política.
barbara@uol.com.br
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