São Paulo, sexta-feira, 23 de março de 2007

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BARBARA GANCIA

Vai pra casa, Battisti!

O terrorista Cesare Battisti é problema da Itália. Nós não temos rigorosamente nada a ver com isso

SE VOCÊ não conhece a história do PCC (Primeiro Comando da Capital), não pode deixar de ler (em inglês) a reportagem "Cidade do medo", de William Langewiesche (com fotos de Sebastião Salgado), que ocupa 11 páginas da revista "Vanity Fair" de abril, à venda nas bancas de São Paulo. É impressionante o grau de apuração da reportagem, a quantidade de gente entrevistada e o esmero na edição. Os repórteres da "Vanity Fair" têm condições de fazer o que, para qualquer jornalista tapuia, seria impensável. Eles recebem verbas e prazos ilimitados e só voltam à redação quando a matéria estiver prontinha da silva, independentemente do tempo e dinheiro gastos na sua confecção. São condições que nenhuma publicação brasuca pode sonhar em oferecer aos seus profissionais, e o resultado é notável. A "Vanity Fair" conseguiu fazer a matéria definitiva sobre a facção criminosa. No fim das contas, o autor conclui que, longe de ser um movimento político, o PCC não passa de uma gangue que utiliza métodos "abaixo de animalescos". Vale notar que, ao mesmo tempo em que está nas bancas paulistanas, a revista também pode ser adquirida em Moscou, Cidade do México, Xangai... Ó vida, ó dor...

Capacidade
Uma sexóloga no Turismo, um jornalista no Desenvolvimento, um especialista em previdência na Agricultura e outro em Albânia e mandioca na Defesa. Eu pergunto: qual o critério técnico usado na escolha dos novos ministros do governo Lula? Será o mesmo que a governadora do Pará, a petista Ana Júlia Carepa, usou para nomear como assessoras especiais sua cabeleireira e sua esteticista?

Ler faz bem
Já está na hora de Clodovil Hernandez perceber que não é mais apresentador de TV. Homossexual há 70 anos, em vez de prestigiar o lançamento, na quarta, da Frente Parlamentar em defesa dos Gays, Lésbicas e Transgêneros, o deputado do PTC compareceu ao evento para esculhambar, dizendo que não se orgulha de ser gay. Ora, ora, meu querido Clô! O movimento do Orgulho Gay não prega que homossexuais sejam mais orgulhosos que héteros. Ele existe para ajudar a minoria a se livrar da culpa, da vergonha e da humilhação que resultam de sua condição sexual. Quando o homossexual fala em orgulho, o que ele está dizendo é que se sente bem na própria pele, a despeito do julgamento que façam dele. Em vez de se valer apenas de intuição e lábia, que tal colher informações antes de opinar?

O que é isso, Gabeira?
O terrorista das Brigadas Vermelhas Cesare Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália pelo assassinato de um joalheiro. Depois de cumprir cinco meses de pena, ele se escafedeu. Durante a fuga, um carcereiro e um agente das Forças Especiais foram mortos. Battisti participou ainda do comando que invadiu a sede do MSI (partido de direita), matando um de seus membros. Essa questão toda é um problema da Itália. Nós não temos rigorosamente nada a ver com isso. Querer dar guarida a esse senhor em nosso país é mais uma piada da esquerda obscurantista, que acha que matar joalheiro constitui importante passo na luta política.

barbara@uol.com.br


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