São Paulo, quarta-feira, 23 de março de 2011

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Em dia tenso, Kassab sofre duas derrotas na Câmara

Prefeito perde maioria das comissões para oposição; impasse impede votação

Disputa com o centrão em torno de reajuste do funcionalismo trava a sessão, que é encerrada sob vaias de servidores

JOSÉ BENEDITO DA SILVA
DE SÃO PAULO

O prefeito Gilberto Kassab sofreu ontem duas derrotas na Câmara -de manhã, viu a oposição assumir quatro das sete comissões da Casa e, à noite, em sessão tensa, não conseguiu votar nenhum dos seis projetos para o funcionalismo que estavam na pauta.
A crise ocorre no momento em que Kassab se dedica a construir um novo partido, o PSD. Seu principal algoz foi o centrão, bloco que reúne vereadores de várias legendas.
Um dos seus líderes, Antonio Carlos Rodrigues (PR), será o presidente da Comissão de Finanças, que irá analisar o Orçamento para 2012, o último da gestão Kassab.
Também do centrão, Paulo Frange (PTB) comandará a Comissão de Política Urbana, que discute as operações urbanas. Em duas audiências da operação Água Branca (zona oeste) acompanhadas pela Folha, ele fez duras críticas ao prefeito e ao plano.
O PT emplacou Arselino Tatto na Comissão de Constituição e Justiça -por onde passam todos os projetos- e Juliana Cardoso na de Saúde -que deve analisar proposta de parceria público-privada para construir três hospitais.
O poder do presidente está em retardar ou acelerar a tramitação das propostas. Pode marcar audiência pública, chamar secretários e nomear os relatores dos projetos.
Em 2010, quatro das sete comissões da Casa tinham governistas no comando.
Para Roberto Tripoli (PV), líder de Kassab, a formação das comissões não deve criar dificuldades, porque, diz, os vereadores vão votar de acordo com os projetos da pauta.

TENSÃO
Na votação do reajuste salarial de 2,14% para os funcionários do Hospital do Servidor Público, Aurélio Miguel (PR), do centrão, apresentou emenda elevando o índice a 5% e travou a sessão.
Foram 26 votos contra a emenda e 25 a favor -para ser aprovada ou rejeitada, precisava de 28 dos 55 votos da Casa. Após trocas de farpas entre vereadores, a sessão foi encerrada a pedido de Tripoli. "Não há mais clima."
O encerramento ocorreu sob vaias e gritos de protesto de cerca de 200 servidores.


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