São Paulo, domingo, 23 de abril de 2000


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Mulheres ocupam lugar de maridos

da Reportagem Local

Nem todas as viúvas têm a mesma coragem de Sílvia para enfrentar o tráfico. Algumas delas preferiram, após a morte do marido, trabalhar com drogas e sobreviver do comércio ilegal.
"Assumir o lugar dos maridos no tráfico dá status para elas", afirma uma líder comunitária da zona leste de São Paulo que pede para não ser identificada.
A constatação é confirmada pela Dise (Divisão de Investigação de Entorpecentes da Polícia Civil). "Não dá para precisar o número de mulheres que estão indo para o tráfico após a morte dos maridos, mas já temos informações de que isso começa a acontecer com alguma frequência", diz Ubiracir Pires da Silva, delegado divisionário da Dise.
Um fenômeno muito comum e já conhecido da Polícia Civil é o de mulheres que, enquanto seus maridos estão presos, aproveitam a liberdade para fazer o mesmo trabalho que eles faziam.
"O que impressiona é que, no meio dessas mulheres, há muitas mocinhas que, desde cedo, já começam a cooperar com o tráfico." O delegado afirma que, nas casas em que a polícia entra para achar criminosos, ele já encontrou várias vezes famílias estruturadas, com filhos.


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