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Bolsistas foram melhor em 12 das 14 áreas
DA SUCURSAL DO RIO
Elogiado por tucanos e criticado por setores mais à esquerda do PT, o ProUni (Programa
Universidade para Todos) é
uma das soluções criadas para
enfrentar um desafio do ensino
superior brasileiro: como há
pouco espaço para crescer apenas com os alunos pertencentes às classes A e B, a opção para
continuar expandindo o setor é
atender um volume maior de
estudantes com renda menor.
No entanto, como são poucas
as vagas em universidades públicas -apenas 23% do total de
vagas disponíveis em 2007, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)-, resta aos alunos mais pobres a opção de tentar uma instituição privada. Sem financiamento, porém, muitos evadem
ou nem tentam o vestibular.
Quando foi criado, um dos
receios de críticos do programa
era o de que ele afetaria a qualidade. No entanto, o único estudo divulgado até agora mostra
que bolsistas do ProUni se saíram até melhor que os demais
em 12 das 14 áreas comparadas
por meio do Enade (exame
aplicado a alunos e que substituiu o antigo Provão).
Paulo Renato Souza, ex-ministro da Educação no governo
FHC e atual secretário estadual
da Educação de São Paulo, já
elogiou o programa -por ser
uma solução mais barata para
expandir o número de matrículas de alunos mais pobres se
comparada com o custo do aluno que estuda em uma instituição pública.
Mesma opinião tem Simon
Schwartzman, presidente do
IBGE durante o primeiro mandato de FHC, que prefere a expansão do ProUni à ampliação
de cotas em universidades públicas como estratégia para aumentar a presença de alunos
pobres no ensino superior.
Críticas
Quando lançado, em 2004, o
ProUni foi criticado por sindicatos e associações, reunidas
no Fórum Nacional em Defesa
da Escola Pública, por ser, na
opinião das entidades, uma forma de privatização do ensino.
O que ainda permanece uma
incógnita a respeito do programa do governo federal é o
quanto ele efetivamente contribuiu para aumentar a presença de alunos mais pobres no
ensino superior.
De 2001 a 2007, segundo a
Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios do IBGE, o número de alunos com renda domiciliar per capita inferior a
um salário mínimo em instituições privadas cresceu 167% (de
253 mil para 677 mil), considerando a variação do salário mínimo e da inflação.
A maior parte desse crescimento, no entanto, ocorreu entre 2001 e 2004 (antes do
ProUni), quando esse número
estava em 515 mil.
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