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ADMINISTRAÇÃO
Para secretário das Finanças, porém, verbas foram bem utilizadas do ponto de vista do interesse público
Sayad admite erro em gasto com publicidade
MELISSA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário municipal das Finanças, João Sayad, admitiu ontem, em audiência com os vereadores que compõem a Comissão
das Finanças e Orçamento da Câmara Municipal, que houve um
"erro formal" na transferência de
verbas da saúde e dos programas
sociais da prefeitura para efetuar
gastos com publicidade.
Apesar disso, o secretário negou
que tenha havido um desvio de
verbas. "Está absolutamente certo
quem me criticou sobre isso, mas
inutilmente, porque, do ponto de
vista do interesse público, as verbas foram muito bem utilizadas."
Segundo o secretário, o erro é
justificado porque não havia uma
rubrica própria no orçamento da
Secretaria da Saúde para realizar
os gastos da campanha de combate à dengue no município.
Os R$ 700 mil transferidos da
saúde para a Secretaria da Comunicação no ano passado, afirma
Sayad, foram usados para confecção de cartilhas da campanha de
combate ao mosquito.
Em relação às transferências
efetuadas neste ano, no valor de
R$ 2,5 milhões (R$ 2,1 milhões da
Secretaria de Desenvolvimento,
Trabalho e Solidariedade e R$ 400
mil da Secretaria da Saúde), Sayad
admitiu que os dois gastos estão
incorretos do ponto de vista do
artigo 33 da Lei de Diretrizes Orçamentárias, que obriga que os
gastos com publicidade sejam feitos apenas na dotação própria.
As transferências foram feitas,
segundo Sayad, no caso do Trabalho, para gastos relativos à convocação dos beneficiários do programa Renda Mínima e, no caso
da Saúde, novamente para a campanha da dengue.
O gasto irregular de 2001, disse o
secretário, não pode mais ser resolvido, mas, em relação aos gastos deste ano, a secretaria pretende efetuar uma mudança no registro contábil para atender à lei.
Para o futuro, o secretário avalia a
possibilidade de incluir uma rubrica específica para publicidade
nos orçamentos das secretarias.
As transferências irregulares
feitas pela prefeitura estão sendo
investigadas pelo Ministério Público, que suspeita de improbidade administrativa.
O clima foi tenso e durante a audiência, e o secretário chegou a se
exaltar com alguns vereadores.
Para Milton Leite (PMDB), as
afirmações de Sayad fizeram com
que ele se tornasse um réu confesso. "Os dados são indícios de improbidade administrativa", disse.
O vereador Salim Curiati (PPB)
concorda. "Há um erro, não importa se é formal. Há improbidade, sem dúvida", disse.
Segundo o vereador Roberto
Tripoli (PSDB), se a secretaria
deixar de considerar como gasto
social a verba aplicada em publicidade, como pretende fazer, os investimentos em programas sociais, nos primeiros cinco meses
do ano, totalizarão apenas 30,3%
do total previsto no orçamento
para essa finalidade.
Já os gastos com publicidade, no
mesmo período, passarão a ser
71% maiores do que o valor empenhado inicialmente.
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