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No Rio, BMW na contramão mata taxista
DENISE MENCHEN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO
Um taxista morreu por volta
das 5h30 de ontem após colidir
com uma BMW, placa KRX
1139, que vinha pela contramão
na avenida Beira-Mar, na altura da praça Paris (centro do
Rio). Ao depor na 9ª DP (Catete), o economista Rodrigo
Araújo Godinho, 26, disse que
vinha da Lapa e se confundiu
com a sinalização. Por essa versão, ele teria percorrido cerca
de 500 m no sentido proibido.
Testemunhas afirmaram,
porém, que Godinho vinha da
zona portuária e teria percorrido 2 km na contramão antes de
se chocar com o Santana de
Marco Vinícius Pereira Henrique, 45, que estava só. Os dois
carros bateram de frente.
Com o impacto, o taxista foi
para o banco traseiro e ficou
preso às ferragens. Ele morreu
no local. Godinho e a francesa
Nicole Hummel, 20, que o
acompanhava, nada sofreram.
O PM que atendeu a ocorrência disse, em depoimento, que o
jovem cheirava a bebida alcoólica. Segundo a Polícia Civil, ele
não fez o teste do bafômetro.
O presidente da cooperativa
à qual o taxista pertencia disse
que Henrique já estava encerrando o expediente no momento do acidente. "Ele ontem [anteontem] começou a trabalhar
às 23h. Já estava recolhendo,
estava indo pra casa", lamentou
André Luís Barata.
Placa clonada
Ao ouvir notícias sobre o acidente, o engenheiro naval Moacir e Silva Duval reuniu documentos acumulados desde fevereiro e foi para a 9ª DP. Ele
acusa o proprietário da BMW
de "clonar" a placa do seu carro,
um Honda Civic LXS.
Duval mostrou à Folha quatro multas recebidas desde 22
de fevereiro deste ano -três
por excesso de velocidade. Nas
fotos feitas pelos radares, vê-se
uma BMW com placa KRX
1159 -exatamente a do Honda.
Ampliadas, as imagens mostram que o número 5 pode ser
resultado de uma adulteração.
O engenheiro acredita que o
proprietário da BMW, cuja placa é KRX 1139, possa ter colado
uma fita sobre o número 3 para
confundir a fiscalização. Ele diz
que já registrou ocorrência na
DRFA (Delegacia de Roubos e
Furtos de Autos) e entrou com
recurso contras as multas.
A Folha tentou falar com
Godinho, mas ele não quis dar
entrevistas ao deixar a DP.
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