|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Garoto de 11 anos é solto depois de ficar 6 dias em cativeiro
Dois suspeitos foram presos; menino teve de mentir para a
mãe, por telefone, e dizer que tinham cortado um dedo dele
Segundo a polícia, grupo de
seqüestradores exigiu R$ 1 milhão pelo resgate e
achava que a família tinha
recebido uma herança
ARTUR RODRIGUES
DO "AGORA"
Após ficar seis dias em cativeiro, um menino de 11 anos foi
libertado pela Polícia Civil na
madrugada de ontem, em São
Bernardo do Campo (ABC).
Os seqüestradores chegaram
a obrigar o garoto a mentir para
a mãe pelo telefone, dizendo
que os bandidos haviam cortado um dedo da mão dele. Dois
suspeitos de terem participado
do seqüestro foram presos.
Rodolfo foi seqüestrado no
dia 15 na rua Julio Barasal Salgado, no bairro de classe média
chamado Terra Nova 2, em São
Bernardo do Campo.
Os seqüestradores abordaram o menino quando ele voltava da escola. Segundo relato
do garoto à polícia, os criminosos perguntaram se a mãe dele
era a dona-de-casa Carmem
Maria do Carmo, 52. O menino
respondeu afirmativamente e
acabou sendo levado pelos criminosos.
Videogame
A vítima ficou em um barraco
de 2 m2, no Jardim Silvina, na
periferia da cidade. O garoto
recebeu alimentação e não foi
agredido no cativeiro. O garoto
jogou videogame. Também havia uma televisão.
O barraco onde o menino era
mantido refém foi descoberto
após a polícia passar a fazer incursões diárias ao Jardim Silvina. "Queríamos assustar os criminosos para que eles liberassem o menino. Mas surgiu a informação da participação do
Wagner [Monteiro da Costa,
29] no crime e, por ele, descobrimos o cativeiro", afirmou o
delegado seccional de São Bernardo do Campo, Marco Antônio de Paula Santos.
Além de Costa, foi presa a
sua irmã, Solange Monteiro da
Costa, 36.
Escutas
Por meio de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, a
polícia afirma ter ouvido os
dois fazendo várias ligações nas
quais o seqüestro de Rodolfo
era citado. A reportagem não
conseguiu localizar advogados
dos dois acusados.
Entre os diálogos gravados,
está um do garoto com a mãe.
"Eu escutei uma gravação em
que obrigaram o menino a dizer que não era para a mãe deixar a polícia [entrar] porque já
tinham cortado o dedo dele",
disse o delegado.
O resgate pedido, de R$ 1 milhão, não chegou a ser pago. De
acordo com a polícia, os seqüestradores acreditavam que
a família de Rodolfo fosse receber uma herança, por causa da
morte do pai do garoto, que trabalhava com transportadora de
carros.
Texto Anterior: Anvisa quer rastrear produto desde a fábrica Próximo Texto: Frase Índice
|