São Paulo, sexta-feira, 23 de maio de 2008

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Garoto de 11 anos é solto depois de ficar 6 dias em cativeiro

Dois suspeitos foram presos; menino teve de mentir para a mãe, por telefone, e dizer que tinham cortado um dedo dele

Segundo a polícia, grupo de seqüestradores exigiu R$ 1 milhão pelo resgate e achava que a família tinha recebido uma herança

ARTUR RODRIGUES
DO "AGORA"

Após ficar seis dias em cativeiro, um menino de 11 anos foi libertado pela Polícia Civil na madrugada de ontem, em São Bernardo do Campo (ABC).
Os seqüestradores chegaram a obrigar o garoto a mentir para a mãe pelo telefone, dizendo que os bandidos haviam cortado um dedo da mão dele. Dois suspeitos de terem participado do seqüestro foram presos.
Rodolfo foi seqüestrado no dia 15 na rua Julio Barasal Salgado, no bairro de classe média chamado Terra Nova 2, em São Bernardo do Campo.
Os seqüestradores abordaram o menino quando ele voltava da escola. Segundo relato do garoto à polícia, os criminosos perguntaram se a mãe dele era a dona-de-casa Carmem Maria do Carmo, 52. O menino respondeu afirmativamente e acabou sendo levado pelos criminosos.

Videogame
A vítima ficou em um barraco de 2 m2, no Jardim Silvina, na periferia da cidade. O garoto recebeu alimentação e não foi agredido no cativeiro. O garoto jogou videogame. Também havia uma televisão.
O barraco onde o menino era mantido refém foi descoberto após a polícia passar a fazer incursões diárias ao Jardim Silvina. "Queríamos assustar os criminosos para que eles liberassem o menino. Mas surgiu a informação da participação do Wagner [Monteiro da Costa, 29] no crime e, por ele, descobrimos o cativeiro", afirmou o delegado seccional de São Bernardo do Campo, Marco Antônio de Paula Santos.
Além de Costa, foi presa a sua irmã, Solange Monteiro da Costa, 36.

Escutas
Por meio de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, a polícia afirma ter ouvido os dois fazendo várias ligações nas quais o seqüestro de Rodolfo era citado. A reportagem não conseguiu localizar advogados dos dois acusados.
Entre os diálogos gravados, está um do garoto com a mãe. "Eu escutei uma gravação em que obrigaram o menino a dizer que não era para a mãe deixar a polícia [entrar] porque já tinham cortado o dedo dele", disse o delegado.
O resgate pedido, de R$ 1 milhão, não chegou a ser pago. De acordo com a polícia, os seqüestradores acreditavam que a família de Rodolfo fosse receber uma herança, por causa da morte do pai do garoto, que trabalhava com transportadora de carros.


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