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em cima da hora
PM substitui mais nove comandantes
Houve mudanças no policiamento metropolitano, na Polícia Rodoviária, nos Bombeiros e no Barro Branco
Trocas em chefias ocorrem após série de crimes dos quais
policiais militares são os principais suspeitos
DE SÃO PAULO
Um dia após anunciar a
troca do titular da Corregedoria,
mudança que ocorreu
após uma série de crimes supostamente
cometidos por
PMs, o Comando Geral da Polícia Militar
promoveu ontem
o remanejamento de mais
nove coronéis de postos de
chefia da corporação.
Houve mudanças no Comando
de Policiamento Metropolitano,
em outros cinco
cargos de comando de área
da Grande São Paulo, na Polícia
Rodoviária, no Corpo de
Bombeiros do Interior e na
Academia do Barro Branco.
A reformulação em cargos
de comando acontece em
meio a uma crise na PM-há
policiais militares sendo investigados
por suposta participação
em grupos de extermínio
na Baixada Santista e
ainda ao menos 11 pessoas
na zona leste de São Paulo.
A imagem da Polícia Militar
vem sofrendo desgastes
com morte dos motoboys
Alexandre Santos, 25, estrangulado
por quatro PMs, e
Eduardo Luís dos Santos, 30,
que antes foi torturado dentro de um quartel.
O ex-corregedor David Rosolen
deu lugar ao também
coronel Admir Gervásio Moreira,
que já teve passagens
pela corregedoria e é conhecido como"
linha-dura".
Moreira, segundo o Comando
da PM, terá a missão
de "dar novo direcionamento
à corregedoria". Ele é o único
negro entre os coronéis da
PM.Esse fato não foi determinante,
segundo o governo,
mas ajudará a desconstruir a
acusação do Ministério Público
de que PMs mataram
um motoboy por racismo.
Para o governo, a região
que inspira mais preocupação
é a zona norte de São
Paulo. Por isso, foi enviado
para lá o recém promovido
coronel Antônio Marin, que
já foi do Batalhão de Choque.
O governo diz não ver os
casos recentes como determinantes para a queda da cúpula
da Corregedoria. Segundo
a cúpula de Segurança
Pública, o trabalho do comandante-
geral da PM, coronel
Álvaro Camilo, está satisfatório
e foi dele a decisão de
fazer as trocas.
Porém, havia um descontentamento
com o fato de
ainda não ter sido concluído
o IPM (Inquérito Policial Militar)
sobre a morte do coronel
José Ermínio Rodrigues. Ele
foi morto em16 de janeiro de
2008, segundo a polícia, porque
combatia PMs corruptos
e violentos na zona norte.
Durante evento ontem de
manhã no Barro Branco, com
a participação de 500 oficiais,
o novo corregedor fez
um discurso ponderado e
evitou críticas ao antecessor.
"A diretriz da Corregedoria
sempre existiu e sempre foi
muito forte. Com muito mais
empenho, trabalho duro,
dando respostas rápidas ao
comando, à sociedade, ao
governo, ao secretário, para
que todos tenham clareza do
que está sendo feito na corregedoria.
Isso pode ter certeza
de quenós faremos",disse.
(JOSÉ ERNESTO CREDENDIO e
ROGÉRIO PAGNAN)
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