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SP fica sem radares móveis a partir de 2ª
Os 40 equipamentos foram responsáveis, em 2005, por 26% da receita de todas as multas de trânsito aplicadas na cidade
Serviço ficará suspenso na
capital por, no mínimo, dois
meses; 40 aparelhos fixos e
100 lombadas eletrônicas
continuarão funcionando
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
A cidade de São Paulo ficará
sem a fiscalização eletrônica da
velocidade por radares móveis
durante no mínimo dois meses,
a partir da semana que vem.
Os 40 equipamentos existentes hoje em dia, que foram responsáveis em 2005 por 26% da
arrecadação de todas as multas
de trânsito da capital paulista,
serão retirados das ruas em razão do final do contrato da CET
(Companhia de Engenharia de
Tráfego) com a iniciativa privada e que a gestão Gilberto Kassab (PFL) decidiu não renovar.
A fiscalização eletrônica do
excesso de velocidade será feita
somente por 40 radares fixos e
cem lombadas eletrônicas, cuja
localização é de conhecimento
de boa parte dos motoristas.
Os 40 aparelhos móveis costumam ser instalados em tripés, num sistema de revezamento em 290 pontos diferentes. Eles fazem, em média, 40
mil multas por mês, totalizando R$ 90 milhões em 2005.
O contrato do consórcio Monitor com a CET vence no dia
26, segunda-feira, quando os
radares móveis já não devem
estar nas ruas, segundo ouviu a
Folha ontem de funcionários.
O diretor de operações da
CET, Adauto Martinez, não tinha ontem em mãos a data e a
hora exatas da retirada dos
aparelhos, mas afirmou que ela
ocorrerá até a 0h do dia 26 ou
até a 0h do dia 27, terça-feira.
A companhia poderia ter renovado a contratação -houve
essa sugestão por parte do consórcio-, mas não quis. Ela diz
que prefere esperar terminar
uma licitação lançada ainda na
gestão José Serra (PSDB).
O problema é que ela foi suspensa pelo TCM (Tribunal de
Contas do Município) no final
de abril. A prefeitura apresentou seus argumentos e aguarda
a liberação para continuá-la.
Martinez prevê que, se houver a autorização do TCM, ainda serão necessários mais dois
meses para concluir a concorrência e retomar os radares.
A Folha apurou que a situação preocupa técnicos da CET,
já que o excesso de velocidade é
um dos principais agravantes
de acidentes, que matam quatro pessoas ao dia na cidade.
Questionado sobre esse tema, Martinez afirmou esperar
que não haja "grandes problemas". "Como eles não ficam todos os dias no mesmo lugar, a
ausência desses radares não é
tão sentida pelos motoristas",
disse ele, apostando na possibilidade de muita gente não notar a falta dos equipamentos.
O diretor da CET alegou que
a prefeitura preferiu não renovar a contratação do consórcio
Monitor, feita ainda no governo Marta Suplicy (PT), porque
"houve uma mudança de filosofia" sobre a forma contratual.
Pela regra vigente hoje para
os radares móveis, a remuneração da iniciativa privada é por
produtividade -proporcional à
quantidade de multas. A gestão
Kassab defende valores fixos.
Mas por trás da decisão está
também uma disputa do consórcio com a CET, que alega ter
havido descumprimento contratual e pediu a rescisão.
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