São Paulo, sexta-feira, 23 de junho de 2006

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BARBARA GANCIA

Eu confio piamente no Parreira

Será que o torcedor se acha mais credenciado do que o técnico com 30 e tantos anos de experiência na seleção?

APOSTO UM PICOLÉ de limão como, no fundo do âmago de seu ser íntimo (como diria Anais Nin), o Parreira deve achar o torcedor tapuia um boçal histérico.
O técnico da nossa gloriosa seleção é homem consciencioso, profissional experiente, de competência testada e amplamente aprovada pelo mundo inteiro.
E é obrigado a perder tempo e saliva prestando contas de suas ações para uma cambada de jornalistas metidos a expert, que passam horas em mesas-redondas na TV fazendo análises descartáveis que raramente se comprovam.
Dá para entender que o elegante técnico da seleção chegue a demonstrar um tiquinho de irritação nas respostas ao "poeta" Pedro Bial, que entende de futebol como eu de capoeira, meu caro leitor?
E o Bial só faz aquelas perguntas bobocas porque são essas as questões que o telespectador, grande "connaisseur" da bola, quer saber.
Pois sou capaz de encher os pulmões, abrir a janela e gritar para o bairro inteiro ouvir: "Eu confio no Parreira". Melhor: para o próximo jogo da seleção, vou mandar fazer uma camiseta com letras garrafais: EU CONFIO PIAMENTE NO PARREIRA.
Chega de ficar implicando com a escalação do homem: se Parreira acha que tem de colocar o Ronaldo e o Adriano no time, se resolver apostar no Ricardinho ou quiser deixar o Juninho Pernambucano no banco, se decidir transformar o Lúcio em centroavante, eu dou a maior força.
Afinal, ele é que sabe o que realmente acontece com o grupo. Ele é que passou os últimos três anos e meio montando um time para trazer a taça. Ou será que o torcedor se acha mais credenciado do que o técnico campeão do mundo com 30 e tantos anos de experiência de seleção brasileira?
Bem, agora que já dei o recado, vamos às amenidades: o que era aquele uniforme da seleção no jogo contra o Japão? Ovo frito?
E a Sandra Annenberg, deixou o Ernesto Paglia lá na Copa e voltou para casa? Eu entendo a apresentadora do "Jornal Hoje". Na Alemanha tem muito mosquito. Tanto é que estou pensando em mandar um frasco de Autan por Fedex para meu mestre, o divinamente debochado Silvio Luiz. É brincadeira o que tem de muriçoca em volta da Fátima Bernardes quando ela transmite seu boletim diário no "Jornal Nacional".
Tenho até medo de que ela engula um inseto qualquer na hora do "Boa noite, William". Olhaí, Galvão: em
boca fechada não entra mosquito!
Dica para peregrinação
É bom que meus amigos Rogério Fasano e Massimo Ferrari abram o olho. Não sou chegada em menu degustação, mas, na semana passada, tive uma das experiências gastronômicas mais impressionantes da minha vida no restaurante Supra, do Itaim Bibi. O fagotelli alla Heinz Beck que me foi servido simplesmente redefine o conceito de "spaghetti alla carbonara".

Maldade
Alô, Sociedade Protetora dos Animais! Algum espírito de porco está jogando sementes de mamona (altamente tóxicas para cães e gatos) dentro de casas do bairro da Aclimação que tenham pets.


barbara@uol.com.br

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