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Para punidos, decisão põe aviação em risco
Segundo eles, os profissionais do Núcleo de Controle de Defesa Aérea que os substituirão não têm experiência no setor comercial
Força Sindical ameaçou parar todos os aeroportos em apoio aos controladores; medida do governo foi considerada autoritária
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A decisão de substituir os
controladores afastados do
Cindacta-1 por profissionais do
Núcleo de Controle de Defesa
Aérea põe em risco a aviação no
país, segundo avaliaram ontem
os punidos pela FAB sob acusação de insubordinação.
"É um trabalho completamente diferente. É muito arriscado o que fizeram, são profissionais que não têm experiência no controle da aviação comercial, o que causa perigo para o tráfego aéreo brasileiro",
disse a deputada Luciana Genro (PSOL-RS), uma das porta-vozes dos controladores.
O Núcleo de Controle de Defesa Aérea tem como função
identificar se o espaço aéreo
brasileiro está sendo invadido.
São profissionais que, segundo
os controladores, não têm experiência no controle da atividade comercial.
A decisão de governo de isolar as lideranças no setor também foi considerada equivocada pelos controladores, que
consideraram que a medida pode agravar ainda mais a crise.
O melhor caminho, segundo
eles, seria o diálogo. A avaliação
é que a dificuldade está no comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, que, ao contrário do
seu antecessor, Luiz Carlos
Bueno, não aceitaria dialogar.
A informação de que seriam
punidos com a transferência foi
dada ontem aos controladores
logo após Saito anunciar a decisão do governo. Eles foram chamados ao Cindacta-1, onde tiveram que assinar documentos
que tratavam da transferência,
segundo relatou um deles.
Força Sindical
Força Sindical -que representa quase 2.000 sindicatos-,
Ministério Público do Trabalho
de São Paulo, Fenaj (Federação
Nacional dos Jornalistas) e
PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) repudiaram as medidas tomadas pela Aeronáutica.
A Força Sindical divulgou
nota na qual "ameaça parar todos os aeroportos" do país.
"Na próxima segunda-feira
vamos procurar as lideranças
dos controladores e, se eles decidirem que o caminho é esse,
vamos trancar os aeroportos",
afirmou Paulo Pereira da Silva,
presidente da Força Sindical e
deputado federal pelo PDT-SP.
"Quem mandava prender era
a ditadura. Não podemos aceitar que um governo de trabalhadores prenda trabalhadores", disse o dirigente da Força.
O PSOL pretende entrar
também na segunda com uma
representação no Ministério
Público Militar em Brasília
contra a prisão do sargento
Carlos Trifilio e de Moisés de
Almeida, dirigentes da federação dos controladores.
"Está tendo uma perseguição
por parte da Aeronáutica aos
controladores e até a mim também, como representante do
Ministério Público do Trabalho", disse o procurador Fábio
Fernandes, responsável por
apurar as condições de trabalho da categoria em São Paulo.
A pedido de Saito, a Corregedoria Geral do Ministério Público do Trabalho abriu sindicância para apurar se Fernandes "incitou controladores".
"Eu acho que o princípio da
liberdade sindical é se expressar. Esse direito é garantido, independentemente das regras
militares", afirmou Celso Augusto Schröder, secretário-geral da Fenaj.
noshade>
Colaborou KLEBER TOMAZ, da Reportagem
Local
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