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Em reunião, presidente afirma que controlador deve respeitar passageiros
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu endurecer de
vez com os controladores por
se convencer de que prepondera na crise aérea um ingrediente político. Segundo apurou a
Folha, pesquisa de opinião pública encomendada pelo Palácio do Planalto também apontou desgaste de sua imagem,
sobretudo na classe média.
Lula se sentiu com força para
liberar a prisão dos controladores sem risco de paralisia completa do sistema, o que temeu
no motim de março. Motivo:
hoje, considera que a Aeronáutica tem um plano B, posto em
ação nos últimos dois dias.
Em reunião de emergência
ontem de manhã com o ministro da Defesa, Waldir Pires, e o
comandante da Aeronáutica,
Juniti Saito, ele disse que estava de "saco cheio" e que os controladores deviam "respeito"
aos passageiros e "obediência"
ao governo e à Aeronáutica.
Lula, que chegou a negociar
com os controladores em outras ocasiões, contrariando os
militares, desta vez deu carta
branca à Aeronáutica. "Eles
vieram para as Forças Armadas
por livre e espontânea vontade,
não foram obrigados. Têm de
cumprir o regulamento e respeitar a hierarquia", disse, segundo um assessor direto.
Lula avalia que a questão técnica é um dado menor da crise.
Acha que os operadores querem reajuste salarial e usam o
setor essencial para "chantagear" o governo e a população.
A reunião de ontem durou
uma hora. Preocupado com o
desgaste, Lula quer prioridade
total na situação dos passageiros. "É preciso manter a casa
em ordem e garantir o respeito
aos que estão nos aeroportos",
afirmou, segundo um assessor
palaciano.
(KENNEDY ALENCAR, LETÍ
CIA SANDER e PEDRO DIAS LEITE)
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