São Paulo, segunda-feira, 23 de junho de 2008

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4 morrem em naufrágio no litoral de Santa Catarina

Barco de madeira com cerca de 12 metros de extensão tinha oito pessoas a bordo

Sobreviventes foram encontrados a 25 km da costa em choque emocional e com hipotermia; todos usavam coletes salva-vidas

JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA

Quatro homens morreram após o naufrágio de um barco no litoral de Santa Catarina na noite de anteontem. Dois ocupantes da embarcação permaneciam desaparecidos até o fechamento desta edição. Outros dois integrantes do grupo foram resgatados com vida.
O acidente foi registrado em uma área de mar aberto entre Piçarras e Penha (120 km de Florianópolis). Os mortos e os sobreviventes foram localizados na manhã de ontem.
A embarcação -de madeira e com cerca de 12 metros de extensão- com oito pessoas a bordo havia saído de Piçarras com destino a uma ilha da região. O barco levava turistas do Estado para pescar.
Durante a noite de sábado, integrantes do grupo telefonaram para familiares informando que havia começado a entrar água pelo casco do barco.
O sub-comandante do Corpo de Bombeiros Voluntários de Penha e Piçarras, Paulo Neves, disse que os quatro mortos e os dois sobreviventes foram encontrados a aproximadamente 14 milhas (cerca de 25 quilômetros) da costa e todos usavam coletes salva-vidas.
Gustavo Merine, 23, e Edson Flores 36, apresentavam estar em choque emocional e foram resgatados com um quadro grave de hipotermia (diminuição excessiva da temperatura corporal). A temperatura da água pode ter atingido 5C durante a noite e a madrugada.
Eles foram encaminhados ao pronto-socorro de Piçarras e estavam fora de perigo.
A noiva de Merine, Caroline Lissaraça da Silva, 28, contou que ele se recuperava bem, mas que estava "muito abalado emocionalmente".
Mecânico, ele tinha combinado com os amigos a pescaria no final de semana.
"Eu conversei com eles [Flores e Merine], que disseram que, para deixar a embarcação, o grupo se uniu e pulou junto na água. Após meia hora, um deles já estava morto", disse o comandante do Corpo de Bombeiros local, Johnny Coelho.

Sem autorização
O delegado da Capitania dos Portos de Itajaí, o capitão-de-fragata Edilson Salles, afirmou que o barco estava irregular, já que tinha autorização para fazer pescarias naquela região, mas não poderia realizar passeios com passageiros.
Salles disse que o prazo para a conclusão das causas do acidente e apuração de responsabilidades é de 90 dias.
Entre os quatro mortos está um homem identificado como Sérgio, que é apontado pelos bombeiros e pela Capitania dos Portos como o dono do barco.


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