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"Sair para fumar é babaquice", diz dono do Mancini
DA REPORTAGEM LOCAL
Dono de uma rede de cinco
restaurantes que levam o nome
da família, Walter Mancini, ele
próprio um fumante, diz ser
constrangedor ter de sair para
fumar durante um jantar.
(VQG)
FOLHA - Como vai se adaptar?
WALTER MANCINI - Nenhum dos
restaurantes tem mais área de
fumante. Não tive problema
em nenhuma das casas. O cliente vai para a rua, levantam mulheres elegantes, bem vestidas,
vão para a rua e fumam na rua.
Ninguém acha ruim.
FOLHA - Hoje já está valendo isso?
MANCINI - Está valendo e não
tivemos uma discussão sequer.
FOLHA - Contratou seguranças para ninguém sair sem pagar?
MANCINI - Imaginei isso no bar.
Não sei como vai funcionar a
proibição por lá. Outra dia chegou um cliente e disse que a fumaça era maravilhosa, e ele não
era fumante. Tive dificuldade
de proibir no bar Jeremias, então abri mão lá até vigorar a lei.
FOLHA - Vai chamar a polícia para
quem desrespeitar a lei?
MANCINI - Se tiver de chamar,
eu vou chamar. Não quero pagar multa, não quero a minha
casa interditada.
FOLHA - Vai fazer um puxadinho
para fumantes do lado de fora?
MANCINI - Não, nada disso. Não
vou fazer nada disso. O cara vai
fumar em pé na calçada e acabou. Não vou arrumar fumódromo na rua. Não tem nem cabimento uma coisa dessas.
Acho até feio fazer isso.
FOLHA - Por quê?
MANCINI - Que babaquice, que
constrangimento que é largar
as pessoas na mesa e subir ao
terraço para fumar. Parece negócio de doente. É muito feio,
quebra a harmonia. O cara se
sente mal e vai acabar deixando
de fumar ou não saindo de casa.
FOLHA - Vai ter prejuízo?
MANCINI - Não tenho a menor
preocupação quanto ao movimento da casa. Nenhuma, nenhuma, nenhuma. Não pode
em nenhum lugar e acabou. A
vida continua e vamos embora.
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