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Caminhões retornam à Bandeirantes
Fluxo de veículos, que havia caído 40% na avenida com a inauguração do Rodoanel, subiu 18% desde então
Dados da CET mostram efeito semelhante: congestionamento cresceu, mas é menor que antes do Rodoanel
Adriano Vizoni/Folhapress
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Movimento na av. dos Bandeirantes na tarde de anteontem; tráfego de caminhões, que caiu 40% com o início do Rodoanel, cresceu nos últimos dias
EDUARDO GERAQUE
RICARDO GALLO
DE SÃO PAULO
Bastaram dez dias de teste
para que o caminhoneiro Rogério Conrado, 32, desistisse
de usar o trecho sul do Rodoanel nos 180 km entre Sumaré (interior de SP) e Cubatão (Baixada Santista).
A nova pista é boa, não há
trânsito, mas o bolso pesou.
São 19 km a mais por dia "e
R$ 1.000 mais caro por mês".
Resultado: Conrado voltou
para o caminho antigo, pela
avenida dos Bandeirantes.
Não é um caso isolado.
Parte dos caminhões que
haviam deixado a Bandeirantes desde que o trecho sul
do Rodoanel foi aberto para o
tráfego, em 1º de abril, está
de volta à avenida.
A Folha constatou movimento 18% maior de caminhões na avenida em relação
ao período pós-inauguração
do Rodoanel. A comparação
foi entre as 16h e as 17h, em
duas segundas-feiras (5 de
abril e anteontem).
Ainda assim, o fluxo na
Bandeirantes está distante
daquele de quando o trecho
sul não existia. Na ocasião,
havia em média 30% mais
caminhões que hoje.
É justamente o trânsito livre um dos atrativos dos caminhões para a Bandeirantes. "Só não ando pela Bandeirantes se ouvir no rádio
que o trânsito está ruim", diz
Conrado. E no Rodoanel, ressalta, não há retornos.
O motorista faz três viagens por semana entre Sumaré e Cubatão e diz que o
gasto extra de combustível
diminui em R$ 1.000 os R$ 7
mil que fatura por mês. Ele
tem mais três caminhões.
Mas essa opção pode acabar em breve. A prefeitura estuda restringir o tráfego de
caminhões na Bandeirantes.
O retorno dos caminhões,
especialmente os pequenos,
é percebida pelos boletins
diários da CET (Companhia
de Engenharia de Tráfego).
No dia da abertura do Rodoanel, por exemplo, o congestionamento na Bandeirantes não passou de 1 km,
entre as 7h e as 19h.
Em ao menos dois dias da
semana passada, as filas superaram os 2 km. Trata-se,
porém, de número bem melhor que os quatro quilômetros da segunda-feira anterior à entrega do Rodoanel.
A CET diz não ser possível
falar em tendência de aumento na Bandeirantes. A
empresa disse não ter dados
conclusivos a respeito, pelo
fato de o trânsito da cidade
ainda passar por "adaptação
e redistribuição" após o Rodoanel ter sido inaugurado.
MELHOR PELO RODOANEL
Embora o custo seja maior,
pois o trajeto via Rodoanel é
mais longo, grandes transportadoras preferem usá-lo
para não passar por SP.
Há, ainda, quem escolha a
obra pela qualidade da pista.
André Stern, gerente na Coopercarga, que opera com
uma frota de 1.500 caminhões, diz que sempre tenta
convencer os clientes da preferência, mesmo com custo
R$ 100 maior por viagem.
"A marginal e a Bandeirantes são caixinhas de surpresas. Elas podem deixar o
motorista mais estressado."
A viagem pelo Rodoanel,
por causa de gargalos que
ainda existem nos locais de
carga e descarga, não permite que as transportadoras façam mais viagens por dia, o
que ajudaria a baratear os
custos da operação.
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