São Paulo, terça, 23 de junho de 1998

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EDUCAÇÃO
Associação dos docentes não havia divulgado balanço até as 19h; paralisação em algumas instituições chega a 85 dias
Greve acaba em 9 das 52 federais, diz MEC

das Sucursais e da Agencia Folha

Os alunos de graduação da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) voltaram ontem às aulas com a expectativa de perder metade do período de férias.
Os professores da Unifesp foram os primeiros a decidir, na semana passada, encerrar a paralisação.
A greve das universidades federais teve início em 31 de março, mas a Unifesp aderiu a ele cerca de um mês depois. Por isso, serão necessários repor cerca de 30 dias letivos, avalia o pró-reitor de Graduação Durval Rosa Borges, reduzindo o período de férias (em média dois meses) pela metade.
"Cada um dos cinco cursos definiu um programa de reposição próprio, mas as férias dos alunos que estão fazendo disciplinas teóricas ficam comprometidas", diz.
Segundo o Ministério da Educação, 9 das 52 instituições federais de ensino superior encerraram totalmente o movimento. Até as 19h de ontem, a Andes (associação de docentes) não havia divulgado seu balanço. Os professores completam hoje 85 dias de greve.
Outras federais estão voltando, aos poucos, às aulas. A Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas e a Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) retomaram parcialmente as aulas ontem.
Vários professores das duas faculdades ainda continuam em greve, mas as diretorias não informaram o número dos docentes que não compareceram ao trabalho.
Havia dúvida sobre a quantidade de professores que retornariam às atividades, e a presença dos alunos foi pequena. O diretório estudantil da Faculdade de Ciências Humanas decidiu boicotar a volta às aulas. A Associação Profissional dos Docentes da UFMG afirma que as dissidências não são expressivas.
No Rio de Janeiro, os professores da Escola de Comunicação da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) decidiram ontem voltar às aulas no dia 29, independentemente do resto da categoria.
Professores do Instituto de Física da UFRJ também anunciaram que são contra a paralisação e já estão dando aulas. Eles estão entre um grupo de setores que continuam com suas atividades, como os do Centro de Tecnologia, do Instituto de Física e do de Matemática.
A Faculdade de Direito de Uberlândia decidiu, em assembléia na sexta, voltar às aulas a partir de amanhã. Os professores da faculdade representam cerca de 5% do corpo docente da universidade. Os outros professores da universidade decidiram, em assembléia realizada ontem, manter a paralisação.
Professores da UnB (Universidade de Brasília) votaram ontem em assembléia pela continuação do movimento grevista, mas docentes de 4 dos 64 departamentos da universidade voltaram às aulas.
Os professores da Ufscar (Universidade Federal de São Carlos) decidiram em assembléia realizada ontem manter a greve. Uma nova assembléia está programada para quinta-feira.



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