São Paulo, domingo, 23 de julho de 2000


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Anistia da PF regularizou 9.229 imigrantes

DA SUCURSAL DO RIO

Os chineses foram a população estrangeira mais beneficiada pela última anistia da Polícia Federal, relativa aos anos de 1998 e 1999. Foram regularizados 9.229 chineses, número que superou até o de bolivianos (9.155), que representam uma forte imigração para o Brasil. Os dados são do Serviço de Registro de Estrangeiros da Polícia Federal.
O delegado Rogério Sales, chefe do setor, diz que aproximadamente metade dos chineses anistiados está em São Paulo.
O Rio de Janeiro não é um local muito procurado por eles. Depois de São Paulo, Foz do Iguaçu e Curitiba, no Paraná, são as cidades com mais chineses.
"A maioria dos imigrantes chineses vem com dinheiro suficiente para se manter aqui. Não são pobres, até porque a viagem é caríssima", afirma Sales.
O delegado afirma que dificilmente os chineses entram clandestinamente no país. Eles só ficam irregulares, de acordo com ele, quando extrapolam o tempo de permanência permitido pelo visto de turistas.

Legalizados
De acordo com os dados da Polícia Federal, há 30.337 chineses legalizados no país, o que os deixa em sétimo lugar no ranking das nacionalidades estrangeiras no Brasil. Em primeiro lugar estão os portugueses.
Apesar de estarem em menor número no Rio, boa parte da comunidade chinesa que trabalha com comércio está concentrada na Saara, área que compreende 28 quarteirões no centro do Rio.
Dos 1.500 pontos de venda na região, 10% são de chineses ou descendentes e asiáticos de maneira geral, segundo Luís Riche, da Fênix, empresa de fomento que trabalha na reformulação arquitetônica e administrativa da Saara. Metade dos comerciantes da região são de origem árabe.
O presidente da Associação Cultural Chinesa do Rio, San Ho Kai, que já está no Brasil há 30 anos, diz que o fluxo de imigração está caindo muito devido às dificuldades que o próprio governo chinês passou a impor aos viajantes.
Kai conta que, se deportado, um chinês paga uma multa altíssima na volta. A multa, segundo ele, serve para compensar os custos da viagem.
Surpreendido pela notícia dos chineses que foram para a Rocinha -na China, segundo Ho Kai, não há a formação de favelas em áreas pobres-, ele argumenta que a adaptabilidade é uma característica forte dos seus conterrâneos. "O chinês não tem dificuldade de enfrentar a vida."


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