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Anistia da PF regularizou 9.229 imigrantes
DA SUCURSAL DO RIO
Os chineses foram a população
estrangeira mais beneficiada pela
última anistia da Polícia Federal,
relativa aos anos de 1998 e 1999.
Foram regularizados 9.229 chineses, número que superou até o de
bolivianos (9.155), que representam uma forte imigração para o
Brasil. Os dados são do Serviço de
Registro de Estrangeiros da Polícia Federal.
O delegado Rogério Sales, chefe
do setor, diz que aproximadamente metade dos chineses anistiados está em São Paulo.
O Rio de Janeiro não é um local
muito procurado por eles. Depois
de São Paulo, Foz do Iguaçu e Curitiba, no Paraná, são as cidades
com mais chineses.
"A maioria dos imigrantes chineses vem com dinheiro suficiente para se manter aqui. Não são
pobres, até porque a viagem é caríssima", afirma Sales.
O delegado afirma que dificilmente os chineses entram clandestinamente no país. Eles só ficam irregulares, de acordo com
ele, quando extrapolam o tempo
de permanência permitido pelo
visto de turistas.
Legalizados
De acordo com os dados da Polícia Federal, há 30.337 chineses
legalizados no país, o que os deixa
em sétimo lugar no ranking das
nacionalidades estrangeiras no
Brasil. Em primeiro lugar estão os
portugueses.
Apesar de estarem em menor
número no Rio, boa parte da comunidade chinesa que trabalha
com comércio está concentrada
na Saara, área que compreende 28
quarteirões no centro do Rio.
Dos 1.500 pontos de venda na
região, 10% são de chineses ou
descendentes e asiáticos de maneira geral, segundo Luís Riche,
da Fênix, empresa de fomento
que trabalha na reformulação arquitetônica e administrativa da
Saara. Metade dos comerciantes
da região são de origem árabe.
O presidente da Associação
Cultural Chinesa do Rio, San Ho
Kai, que já está no Brasil há 30
anos, diz que o fluxo de imigração
está caindo muito devido às dificuldades que o próprio governo
chinês passou a impor aos viajantes.
Kai conta que, se deportado, um
chinês paga uma multa altíssima
na volta. A multa, segundo ele,
serve para compensar os custos
da viagem.
Surpreendido pela notícia dos
chineses que foram para a Rocinha -na China, segundo Ho Kai,
não há a formação de favelas em
áreas pobres-, ele argumenta
que a adaptabilidade é uma característica forte dos seus conterrâneos. "O chinês não tem dificuldade de enfrentar a vida."
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