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SALVADOR
Estudante atingido está internado em estado grave
Policial atropela e mata duas mulheres que faziam exercício
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Um policial que dirigia um carro da 12ª Delegacia de Polícia de
Itapuã (orla de Salvador) atropelou e matou ontem de manhã
duas mulheres que faziam exercícios físicos na avenida Luís
Eduardo Magalhães, uma das
principais ligações entre o centro
e o litoral norte da capital baiana.
Segundo testemunhas, João
Carlos Paranhos Cerqueira, 51,
estava em alta velocidade quando
perdeu o controle do carro e atingiu Lindaura da Silva, 60, e Cremilda Pereira Farias, 52, que tiveram morte instantânea.
O estudante Márcio José da Silva Barbosa, 21, estava em estado
grave no Hospital Geral do Estado. O carro caiu em uma ribanceira de cerca de 50 metros, arrastando as três vítimas.
Cerqueira tinha saído de casa
pouco antes das 7h para buscar a
delegada Maria Nascimento em
Vilas do Atlântico (litoral norte).
Com ferimentos leves nas pernas e no peito, o policial usou seu
celular para chamar um táxi e teria deixado o local antes do socorro médico, segundo testemunhas.
A delegada Maria Nascimento
disse que o policial deve ser indiciado por duplo homicídio culposo. Ele não se pronunciou. Segundo ela, após ter alta da clínica onde está internado, Cerqueira deve depor. "Também já fizemos a perícia no local para saber se houve
uma falha mecânica ou humana."
Ela também disse que vai recorrer a radares da avenida para saber a velocidade do veículo na hora do acidente. Apesar de a prefeitura estar proibida de cobrar multas, os radares ficam ligados das 6h às 22h. A velocidade máxima
na via é 80 km/h.
Acidentes
Há uma semana, o farmacêutico Edelmar Leite atropelou cinco
pessoas em um ponto de ônibus.
Duas mulheres tiveram as pernas
amputadas. Leite confessou ter
bebido "dois copos de cerveja".
O número de acidentes na cidade cresceu após a proibição do
uso de radares e fotossensores para cobrar multas, segundo a SET
(Secretaria de Engenharia e Tráfego). A liminar foi concedida pela
juíza da 8ª Vara da Fazenda Pública de Salvador Aidê Ouais ao deputado estadual João Henrique
Carneiro (PDT), em 18 de junho.
Nos últimos 34 dias, Salvador
teve uma morte por acidente de
trânsito a cada 24 horas. Antes da
liminar, o intervalo era de 28 horas. "Temos observado que os
motoristas geralmente passam o
limite de velocidade permitido",
disse o secretário de Transportes
Urbanos, Ivan Barbosa.
O tempo médio de um atropelamento em Salvador também caiu
-de 51 para 48 horas.
O deputado pediu a suspensão
de todas as multas de radares e fotossensores alegando que a empresa contratada para o serviço
recebia um percentual sobre cada
notificação e que os fotossensores
ficavam escondidos, sem sinalização para orientar os motoristas.
O procurador-geral da prefeitura, Graciliano Bonfim, disse que a
liminar não é clara em relação à
suspensão das multas. "Os equipamentos eletrônicos continuam
ligados. Quando tivermos uma
decisão favorável ao recurso impetrado pela prefeitura, as multas
terão efeito retroativo, e os donos
dos veículos terão que pagar."
O prefeito Antonio Imbassahy
(PFL) negou qualquer tipo de irregularidade nos equipamentos
eletrônicos. "A prefeitura paga R$
11 apenas pelas fotografias que
comprovam as irregularidades."
No ano passado, segundo Imbassahy, a prefeitura arrecadou
cerca de R$ 8 milhões com as
111.390 multas aplicadas. "Em
Fortaleza, cidade com população
inferior à de Salvador, foram 324
mil multas, o que significa que
não existe nenhuma indústria de
multas na capital baiana." (LF)
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