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Homofobia na escola é tema de
congresso que reúne 150 países
FERNANDA MENA
ENVIADA ESPECIAL A PORTO ALEGRE
A homofobia dentro da escola.
Esse foi um dos temas dos fóruns
temáticos que precederam e pautaram o 4º Congresso Mundial da
Internacional da Educação (IE, a
maior organização sindical de
educadores do mundo), que começou ontem em Porto Alegre
(RS) com a presença de delegações de mais de 150 países e cujos
debates e palestras ocorrem até a
próxima segunda-feira.
Segundo educadores, de tão séria, a questão já levou à criação de,
pelo menos, três escolas públicas
no mundo exclusivas para jovens
gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros (GLBT) que tiveram problemas de convivência com professores e colegas em escolas convencionais. Há uma em Toronto
(Canadá), uma em Nova York
(EUA) e uma em Santiago (Chile).
Segundo a peruana Rebecca Sevilla, coordenadora do programa
de igualdade de oportunidades da
IE, "apesar de não ser um tema
muito debatido, há dados que
apontam para a gravidade da discriminação contra esses jovens
dentro da escola, tanto por professores como por outros alunos".
Duas pesquisas da Unesco deixam claro que essa é uma realidade também brasileira. Segundo o
estudo "Juventude e Sexualidade", um quarto dos estudantes de
10 a 24 anos afirmam que não gostariam de ter colegas homossexuais. Outros admitem até mesmo o uso de agressão contra esses
jovens. Já entre professores, outra
pesquisa revela que quase 60%
deles afirmam ser "inadmissível"
uma pessoa ter relações sexuais
com outra do mesmo sexo.
"Não acredito que deveriam
existir escolas separadas. Há, no
entanto, que se prover alternativas para aqueles que sofreram
violência", avalia Wayne Clements, vice-presidente da Federação Canadense de Professores.
Em maio, o governo lançou o
"Brasil Sem Homofobia", que inclui ações em educação. Pelo programa, dez ministérios passam a
ter comissões que adaptarão as
políticas já existentes para atender essa parcela da população.
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