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ACIDENTE
Pelo menos uma pessoa morreu quando aeronave, a serviço da Petrobras, tentou fazer pouso de emergência no mar
Queda de helicóptero deixa 5 desaparecidos
MÁRIO HUGO MONKEN
ENVIADO ESPECIAL A MACAÉ (RJ)
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Um helicóptero a serviço da Petrobras caiu ontem na bacia de
Campos (litoral norte do Estado
do Rio), com nove passageiros e
dois tripulantes. Seis deles foram
resgatados vivos do mar, mas um
morreu. Cinco desapareceram e
possivelmente estão mortos, pois
não teriam conseguido deixar o
aparelho, que afundou.
Os destroços estão a 370 m de
profundidade, a cerca de 190 km
de Macaé (a 190 km do Rio). O
acidente ocorreu às 8h20. O helicóptero -modelo Sikorski S-76A, da empresa paulista BHS-Brazilian Helicopter Services-
decolara do farol de São Tomé, no
litoral de Campos (a 280 km do
Rio), às 7h15, rumo à plataforma
P-31, no campo de exploração petrolífera de Albacora.
O aparelho fez escala no navio-plataforma FSPO Brasil, no campo de Roncador. O acidente ocorreu depois da decolagem.
Sobreviventes contaram que o
vôo transcorria normalmente
quando o helicóptero passou a
perder altura. Por rádio, o piloto
Adriano Godinho Bastos disse
que tinha problemas e que tentaria pousar na água. A seguir, o rotor da cauda (equipamento responsável pela estabilização) explodiu. O veículo caiu no mar de
uma altura de cerca de 20 m.
Segundo sobreviventes, o piloto
ainda abriu a porta de emergência, mas o helicóptero afundou
com rapidez. O piloto, o co-piloto
José Ismael Júnior e os passageiros Luciana de Oliveira Silva, Augusto César Peixoto Gomes, Anderson Andrade da Silva e Carlos
Augusto Rodrigues conseguiram
pular. Os demais afundaram.
Segundo nota da Petrobras, as
equipes de salvamento entraram
em ação após o acidente. As vítimas ficaram no mar por cerca de
40 minutos até serem resgatadas.
Os desaparecidos estão sendo
procurados por mergulhadores.
Os sobreviventes foram levados
para o hospital, em Macaé, onde
Carlos Augusto Rodrigues -mecânico da empresa Siemens, que
presta serviços à Petrobras-
morreu. À noite, o piloto e o co-piloto foram transferidos para o
Hospital Copa D'Or, no Rio.
A causa do acidente não é conhecida. Uma comissão do DAC
(Departamento de Aviação Civil)
iniciou ontem a investigação, que
deve ser concluída em até 90 dias.
Dos 11 ocupantes do aparelho,
só Augusto César Peixoto Gomes
é funcionário da Petrobras. Os demais trabalhavam para firmas
contratadas pela empresa.
Em nota, a BHS disse que não
havia problema com o helicóptero, cuja documentação foi entregue "às autoridades competentes". Nenhum diretor da BHS quis
falar com a Folha.
O diretor da seção Norte Fluminense do Sindicato dos Petroleiros do Rio, Valter Oliveira, afirmou que, embora esteja aumentando o número de vôos na bacia
de Campos, as normas de segurança não vêm sendo respeitadas.
A Petrobras contrata quatro
empresas para transportar passageiros entre as 40 plataformas da
bacia. Para o diretor do Sindicato
Nacional dos Aeronautas, Orlando Rodrigues, "há empresas que
não fazem a manutenção dos helicópteros. Há pilotos que não reclamam porque têm medo de ir
para o olho da rua".
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