São Paulo, sexta-feira, 23 de julho de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MARIA COTRIM RODRIGUES DA SILVA (1920-2010)

A mais antenada da família

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Para ir de casa até o emprego, na loja de móveis Teperman, em SP, Maria Cotrim Rodrigues da Silva tomava diariamente o mesmo ônibus. Quando saía atrasada para o serviço, o motorista, Durval, sempre fazia a gentileza de pegá-la fora do ponto.
Isso deu em casamento -que durou quase 60 anos.
Maria, nascida em Novo Horizonte, no interior de SP, havia chegado à capital por volta dos 18 anos. Após ter a primeira filha, parou de trabalhar para cuidar da casa. Teve quatro meninas.
Dentro da família, era a mais antenada de todas. Se as filhas queriam saber de alguma coisa, tratavam de ligar para ela, lembra a filha Inez, hoje professora na Universidade Federal da Bahia.
Suas paixões eram futebol e política. Corintiana roxa, viu o tempo fechar em casa com a incorporação de genros palmeirenses à família.
Aos 59, virou avó. Alguns dos netos, para seu desgosto, tornaram-se também palmeirenses. Ao todo, foram sete netos e três bisnetos.
Em relação à política, era ferrenha defensora do PT. Em casa, na mesinha ao lado do sofá, deixava a biografia de Lula, de quem era fã.
Desde que Durval se aposentou, vivia na cidade do marido: Itajubá, em Minas.
Em maio, veio ao casamento de uma neta, em SP. Na noite seguinte, sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) e ficou em coma desde então. Morreu na sexta, aos 89. Era tão querida em Itajubá que amigos fretaram uma van para vir ao seu enterro.
A missa de sétimo dia será no domingo, às 18h, na igreja Nossa Senhora da Conceição, no Tatuapé, em SP.

coluna.obituario@uol.com.br


Texto Anterior: Mortes
Próximo Texto: Foco: Ventos no RS danificam 500 casas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.