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MARIA COTRIM RODRIGUES DA SILVA (1920-2010)
A mais antenada da família
ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
Para ir de casa até o emprego, na loja de móveis Teperman, em SP, Maria Cotrim
Rodrigues da Silva tomava
diariamente o mesmo ônibus. Quando saía atrasada
para o serviço, o motorista,
Durval, sempre fazia a gentileza de pegá-la fora do ponto.
Isso deu em casamento
-que durou quase 60 anos.
Maria, nascida em Novo
Horizonte, no interior de SP,
havia chegado à capital por
volta dos 18 anos. Após ter a
primeira filha, parou de trabalhar para cuidar da casa.
Teve quatro meninas.
Dentro da família, era a
mais antenada de todas. Se
as filhas queriam saber de alguma coisa, tratavam de ligar para ela, lembra a filha
Inez, hoje professora na Universidade Federal da Bahia.
Suas paixões eram futebol
e política. Corintiana roxa,
viu o tempo fechar em casa
com a incorporação de genros palmeirenses à família.
Aos 59, virou avó. Alguns
dos netos, para seu desgosto,
tornaram-se também palmeirenses. Ao todo, foram sete netos e três bisnetos.
Em relação à política, era
ferrenha defensora do PT. Em
casa, na mesinha ao lado do
sofá, deixava a biografia de Lula, de quem era fã.
Desde que Durval se aposentou, vivia na cidade do marido: Itajubá, em Minas.
Em maio, veio ao casamento de uma neta, em SP. Na noite seguinte, sofreu um AVC
(acidente vascular cerebral) e
ficou em coma desde então.
Morreu na sexta, aos 89. Era
tão querida em Itajubá que
amigos fretaram uma van para
vir ao seu enterro.
A missa de sétimo dia será
no domingo, às 18h, na igreja
Nossa Senhora da Conceição,
no Tatuapé, em SP.
coluna.obituario@uol.com.br
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