|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Piloto de avião vai ter de fazer antidoping
Regra está em fase de consulta e já tem apoio
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DE BRASÍLIA
Pilotos de aviões serão
obrigados a fazer testes toxicológicos periódicos e após
acidentes ou qualquer outro
tipo de problema, mesmo
que tenham acontecido em
solo. As novas regras estão
em regulamento colocado
em consulta pública pela
Anac (Agência Nacional de
Aviação Civil).
Profissional flagrado no
antidoping, que identifica
substâncias como maconha,
cocaína, crack, álcool e LSD,
será afastado e só poderá voltar ao serviço após passar por
tratamento contra o vício.
Caso o profissional se recuse a fazer o teste, ficará
proibido de trabalhar e a punição será de até um ano de
suspensão da licença, no caso do piloto, por exemplo.
Outros países, como os EUA,
já adotam a prática.
Os exames mais sofisticados, realizados a partir de
amostras de cabelo, conseguem detectar produtos psicoativos consumidos até três
meses antes do teste.
Em caso de acidentes, a
norma estabelece um prazo
de até oito horas para que as
pessoas envolvidas passem
pelo exame que detecta consumo de álcool e de no máximo 32 horas para outras
substâncias psicoativas.
Além de pilotos, estão sujeitos aos testes os demais tripulantes das aeronaves, o
pessoal que trabalhar nos setores de bagagem, combustíveis, manutenção, agentes
de segurança e bombeiros.
A secretária de previdência do Sindicato Nacional
dos Aeronautas, Graziela
Baggio, defende que o sistema seja usado somente para
monitorar, mas não punir os
funcionários.
"O que não pode é empresas utilizarem os resultados
para demissão por justa causa. Elas têm de usar para ajudar a recuperar o aeronauta,
pois é algo que pode destruir
a vida de uma pessoa."
No plano da Anac, em
companhias com até 500 empregados ao menos metade
deles deve ser examinada.
O diretor técnico do Snea
(Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias), Ronaldo
Jenkins de Lemos, diz que o
setor apoia a implantação do
controle de drogas.
"Já temos empresas, principalmente de helicópteros,
que fazem isso há muito tempo. Agora teremos um amparo legal, porque você não pode fazer nada hoje se um funcionário não aceitar o exame", diz Jenkins.
A Azul realiza uma média
de cem testes mensais. Até o
final de maio, somente quatro entre cerca de 1.900 testes
feitos deram positivo.
Texto Anterior: Ambiente: Veterinários tentam salvar pinguins resgatados no litoral Próximo Texto: Rio de Janeiro: Criança em coma disputada por pais tem nova lesão, revela exame Índice
|