São Paulo, sexta-feira, 23 de agosto de 2002

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CASO CELSO DANIEL

Preso será indiciado pelo assassinato de Dionizio Severo, descartando ligação do crime com sequestro de prefeito

Líder do PCC responderá por morte de preso

GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL

O preso César Augusto Roris da Silva, o Cesinha, fundador e um dos principais líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital), vai ser indiciado pela morte do detento Dionizio de Aquino Severo. Apesar de várias suspeitas, a investigação sobre a morte de Severo, em abril deste ano, não encontrou até agora nenhuma relação com o sequestro do prefeito Celso Daniel (PT).
Em junho passado, Cesinha afirmou à polícia ser o mandante da morte de Severo, que teria sido assassinado por ser de uma facção rival. O crime ocorreu no parlatório do CDP (Centro de Detenção Provisória) do Belém.
Severo ganhou notoriedade ao ser resgatado de helicóptero de um presídio em Guarulhos (Grande SP) no dia 17 de janeiro, um dia antes do sequestro de Daniel. Recapturado, disse que tinha informações sobre a morte de Daniel, mas só iria falar na Justiça.
Também disse que conheceu o empresário Sérgio Gomes da Silva, que estava com o prefeito no momento do sequestro. O preso foi morto uma semana depois de ter feito as declarações. O crime foi presenciado pelo preso José Edson da Silva, mandante da morte de Daniel. Segundo o promotor Eduardo Rheingantz, do 1º Tribunal do Júri, não há indício da participação de Silva no crime.
"Já temos indícios para indiciar o Cesinha como mandante, mas vamos aguardar o final do inquérito para tentar saber quem executou", disse o promotor.
O inquérito em andamento, feito pelo 81º DP (Belém), aponta a briga entre facções como a causa provável do assassinato. Dois presos que se apresentaram como os matadores, logo depois do crime, foram descartados porque nem apresentavam manchas de sangue. O único identificado é o preso Anderson Aparecido dos Santos, que começou o motim. Ele ajudou a empurrar a cadeira de rodas de um preso que precisava de atendimento médico. Em um dos portões, Santos retirou estiletes debaixo da cadeira de rodas e rendeu um funcionário, dando início à ação. Ele confirmou ter agido atendendo ordem do PCC.
O possível envolvimento de Severo no sequestro do prefeito continua sendo apurado pelo Ministério Público, que pediu a reabertura das investigações da morte de Daniel.


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