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CASO CELSO DANIEL
Preso será indiciado pelo assassinato de Dionizio Severo, descartando ligação do crime com sequestro de prefeito
Líder do PCC responderá por morte de preso
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O preso César Augusto Roris da
Silva, o Cesinha, fundador e um
dos principais líderes do PCC
(Primeiro Comando da Capital),
vai ser indiciado pela morte do
detento Dionizio de Aquino Severo. Apesar de várias suspeitas, a
investigação sobre a morte de Severo, em abril deste ano, não encontrou até agora nenhuma relação com o sequestro do prefeito
Celso Daniel (PT).
Em junho passado, Cesinha
afirmou à polícia ser o mandante
da morte de Severo, que teria sido
assassinado por ser de uma facção
rival. O crime ocorreu no parlatório do CDP (Centro de Detenção
Provisória) do Belém.
Severo ganhou notoriedade ao
ser resgatado de helicóptero de
um presídio em Guarulhos
(Grande SP) no dia 17 de janeiro,
um dia antes do sequestro de Daniel. Recapturado, disse que tinha
informações sobre a morte de Daniel, mas só iria falar na Justiça.
Também disse que conheceu o
empresário Sérgio Gomes da Silva, que estava com o prefeito no
momento do sequestro. O preso
foi morto uma semana depois de
ter feito as declarações. O crime
foi presenciado pelo preso José
Edson da Silva, mandante da
morte de Daniel. Segundo o promotor Eduardo Rheingantz, do 1º
Tribunal do Júri, não há indício
da participação de Silva no crime.
"Já temos indícios para indiciar
o Cesinha como mandante, mas
vamos aguardar o final do inquérito para tentar saber quem executou", disse o promotor.
O inquérito em andamento, feito pelo 81º DP (Belém), aponta a
briga entre facções como a causa
provável do assassinato. Dois presos que se apresentaram como os
matadores, logo depois do crime,
foram descartados porque nem
apresentavam manchas de sangue. O único identificado é o preso Anderson Aparecido dos Santos, que começou o motim. Ele
ajudou a empurrar a cadeira de
rodas de um preso que precisava
de atendimento médico. Em um
dos portões, Santos retirou estiletes debaixo da cadeira de rodas e
rendeu um funcionário, dando
início à ação. Ele confirmou ter
agido atendendo ordem do PCC.
O possível envolvimento de Severo no sequestro do prefeito
continua sendo apurado pelo Ministério Público, que pediu a reabertura das investigações da morte de Daniel.
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