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IML errou data de necropsia
DA REPORTAGEM LOCAL
Laudo necroscópico do IML
(Instituto Médico Legal) com data errada, de sete dias antes da
morte da vítima. A falha, descrita
pelo IML como um "problema de
digitação", é mais um dos erros
no processo de investigação sobre
o sequestro e a morte do prefeito
Celso Daniel (PT) que motivaram
críticas de familiares do prefeito e
a reabertura do caso.
"Foi um erro grosseiro. Acho
que compromete a credibilidade
da investigação", disse o oftalmologista João Francisco Daniel, irmão do prefeito.
No laudo do IML, aparece duas
vezes, por extenso, o dia 13 de janeiro de 2002 como data da realização da necropsia. Só que o corpo de Daniel foi encontrado no
dia 20 de janeiro.
O documento, expedido em fevereiro, passou pela Secretaria da
Segurança Pública, pelo DHPP
(Departamento de Homicídios e
Proteção à Pessoa) e por promotores sem que a falha fosse percebida. O inquérito policial tramitou em segredo de Justiça.
O diretor do IML de São Paulo,
José Jarjura Jorge Júnior, admitiu
a falha ontem, mas disse que
ocorreu apenas um "erro de digitação". "Isso não compromete em
nada a validade do laudo", disse
Jorge Júnior.
Segundo ele, o IML vai entrar
em contato com o Fórum de Itapecerica da Serra (Grande SP),
onde tramita o processo sobre a
morte do prefeito, para tentar resolver o problema. "Deve ser apenas comunicada o erro de data,
acho que não será necessário encaminhar o laudo novamente."
Tiros
O laudo da necropsia também
traz uma novidade sobre o número de tiros. Daniel foi atingido por
oito disparos, e não sete, como
havia sido divulgado pela polícia.
Segundo Jorge Júnior, houve
uma dúvida inicial sobre o número de tiros porque havia ferimentos no ombro provocados pelos
dentes, que foram arrancados
com os disparos. "No final, concluiu-se por oito tiros", disse.
Policiais que participaram das
investigações continuaram afirmando ontem que o prefeito foi
morto com sete tiros. "Eu não sei
mais no que acreditar", disse João
Francisco.
A família de Daniel informou
que recebeu os anexos da necropsia -documentos que complementam o laudo principal- incompletos. "Não há fotos, gráficos, o material está incompleto.
Se não tivermos os dados, pediremos a exumação do corpo."
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