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São Paulo, sábado, 23 de agosto de 2003

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PORTO FERREIRA

Conselho tutelar ofereceu acompanhamento psicológico e ginecológico para as 12 garotas que teriam sofrido abuso

Seis vereadores acusados pedem licença

DIOGO PINHEIRO
DA FOLHA CAMPINAS

Os seis vereadores de Porto Ferreira (228 km de São Paulo) acusados pelo Ministério Público de corrupção de menores, formação de quadrilha e favorecimento à prostituição pediram ontem licença por 30 dias da Câmara.
O pedido será analisado na próxima segunda-feira por nove vereadores. Segundo o advogado da Câmara, Ivo Hissnauer, é necessário maioria absoluta para realizar a sessão. Após a aprovação, seis vereadores suplentes terão 15 dias para assumir o cargo.
Dos seis vereadores que tiveram prisão preventiva decretada pela Justiça anteontem, somente o presidente da Câmara, Luís César Lanzoni (PTB), ainda não havia se apresentado a polícia.
Os vereadores Laércio Storti (PSDB), João Lázaro (PSDB), Luiz Borceda (PSDB), Gerson Pelegrini (PV) e Edivaldo Biffi (PL) continuam presos na cadeia de Descalvado (242 km de São Paulo).
Outras seis pessoas -os empresários Carlos Alberto Rossi e José Carlos Terassi, os comerciantes João Pelegrini e Nelson da Silva, o servidor municipal Paulo César da Silva e o suplente de vereador Valter de Oliveira Mafra (PTB)- tiveram a prisão decretada. Terassi e Mafra continuam foragidos.
O Ministério Público denunciou ainda os comerciantes Luiz Dozzi Tezza, Albino Bruno Júnior e Ivo de Oliveira Capioglio, o servidor municipal Roberto Dias Pinto e Vânia Regina Alves dos Santos, apontada no inquérito policial como prostituta.
O diretor administrativo da prefeitura, Jorge Arnoni, disse que os servidores envolvidos responderão a processo administrativo.
A Secretaria Estadual de Educação informou que abriu sindicância para apurar o envolvimento do vereador Borceda, que é professor de escola estadual.
Os advogados dos acusados, que negam as acusações, protocolaram na Justiça pedido de revogação das prisões de 11 dos 12 detidos. A juíza da 1ª Vara de Porto Ferreira, Sueli Juarez Alonso, só vai se manifestar na segunda.
O único que não teve o pedido de revogação de prisão feito foi Mafra, acusado de agenciamento das adolescentes e estupro.
Segundo a polícia, 12 jovens entre 13 e 16 anos recebiam de R$ 30 a R$ 50 para manter relações ou participar de jogos sexuais com os acusados em festas.
O Conselho Tutelar encaminhou três das 12 adolescentes para um abrigo. As demais continuam com suas famílias. O órgão vai oferecer acompanhamento ginecológico e psicológico a todas. "Nos depoimentos, elas disseram que não havia nenhum tipo de preocupação com a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis", disse o conselheiro Adilson Aparecido Feliciano.


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