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CASO SCHINCARIOL
Magistrado afirma que, se não forem apresentadas novas evidências do envolvimento do garçom, irá rever decisão
Sem novas provas, juiz admite liberar preso
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O juiz de Itu (103 km de São
Paulo) José Fernando Azevedo
Minhoto afirmou ontem que pode rever a prisão temporária do
garçom Valdinei Sabino da Silva,
25, decretada por ele na última
quarta-feira, mesmo antes do final do prazo de 30 dias, se a polícia não apresentar novas provas
sobre o envolvimento dele no assassinato do empresário José Nelson Schincariol, 60.
Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça, Minhoto também
considerou "ilegal" a entrada dos
policiais na casa do garçom na
terça-feira à noite, sem autorização judicial, e a permanência dele,
algemado, por cerca de 16 horas
na delegacia antes do pedido oficial de prisão temporária. De
acordo com o juiz, a situação não
era de prisão em flagrante.
Presidente e um dos donos da
Cervejaria Schincariol, o empresário foi assassinato na segunda-feira à noite. Uma testemunha encontrada pela Guarda Municipal
de Itu apontou, por foto, Silva como um dos homens que teria pulado o muro da garagem de
Schincariol.
Segundo o secretário municipal
de Defesa do Cidadão, José Antonio da Silva, policiais do DHPP
(Departamento de Homicídios e
Proteção à Pessoa), policiais militares e guardas municipais participaram da prisão do garçom.
O juiz foi ontem à cadeia de Itu
-até anteontem o garçom estava
no DHPP- conversar com Silva.
O garçom foi preso às 20h de terça-feira, mas o juiz disse, segundo
o TJ, que autorizou a prisão temporária ao meio-dia de quarta-feira e o preso só foi informado dessa decisão três horas depois.
A possível irregularidade não
anula, segundo o juiz, a prisão
temporária. Mas Minhoto afirmou que pode rever sua decisão e
libertar Silva se não houver novas
provas além do reconhecimento
por uma testemunha.
A assessoria da Secretaria da Segurança Pública informou que a
polícia não iria comentar decisão
judicial ou as afirmações do juiz.
Reação
A polícia ainda não sabe o motivo do crime, mas nova perícia no
local, realizada anteontem, trouxe
dados que mostrariam que o empresário pode ter reagido. Técnicos encontram no teto da garagem uma marca que pode ser de
um tiro, o que pode mostrar que
houve luta. Documentos estavam
caídos no chão quando o empresário foi encontrado e a porta do
carro estava aberta.
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