UOL


São Paulo, sábado, 23 de agosto de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CASO SCHINCARIOL

Magistrado afirma que, se não forem apresentadas novas evidências do envolvimento do garçom, irá rever decisão

Sem novas provas, juiz admite liberar preso

GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL

O juiz de Itu (103 km de São Paulo) José Fernando Azevedo Minhoto afirmou ontem que pode rever a prisão temporária do garçom Valdinei Sabino da Silva, 25, decretada por ele na última quarta-feira, mesmo antes do final do prazo de 30 dias, se a polícia não apresentar novas provas sobre o envolvimento dele no assassinato do empresário José Nelson Schincariol, 60.
Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça, Minhoto também considerou "ilegal" a entrada dos policiais na casa do garçom na terça-feira à noite, sem autorização judicial, e a permanência dele, algemado, por cerca de 16 horas na delegacia antes do pedido oficial de prisão temporária. De acordo com o juiz, a situação não era de prisão em flagrante.
Presidente e um dos donos da Cervejaria Schincariol, o empresário foi assassinato na segunda-feira à noite. Uma testemunha encontrada pela Guarda Municipal de Itu apontou, por foto, Silva como um dos homens que teria pulado o muro da garagem de Schincariol.
Segundo o secretário municipal de Defesa do Cidadão, José Antonio da Silva, policiais do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), policiais militares e guardas municipais participaram da prisão do garçom.
O juiz foi ontem à cadeia de Itu -até anteontem o garçom estava no DHPP- conversar com Silva. O garçom foi preso às 20h de terça-feira, mas o juiz disse, segundo o TJ, que autorizou a prisão temporária ao meio-dia de quarta-feira e o preso só foi informado dessa decisão três horas depois.
A possível irregularidade não anula, segundo o juiz, a prisão temporária. Mas Minhoto afirmou que pode rever sua decisão e libertar Silva se não houver novas provas além do reconhecimento por uma testemunha.
A assessoria da Secretaria da Segurança Pública informou que a polícia não iria comentar decisão judicial ou as afirmações do juiz.

Reação
A polícia ainda não sabe o motivo do crime, mas nova perícia no local, realizada anteontem, trouxe dados que mostrariam que o empresário pode ter reagido. Técnicos encontram no teto da garagem uma marca que pode ser de um tiro, o que pode mostrar que houve luta. Documentos estavam caídos no chão quando o empresário foi encontrado e a porta do carro estava aberta.


Texto Anterior: Outro lado: Para a defesa, depoimentos são contraditórios
Próximo Texto: Panorâmica - Médicos: Situação vence eleição no conselho
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.