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São Paulo, sábado, 23 de agosto de 2003

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CLIMA

Nos próximos três meses, espera-se mais calor que o comum nessa época; previsão também é de chuva abaixo da média

Primavera será mais quente no centro-sul

Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem
O sistema Alto Cotia, em SP, que abastece Cotia, Embu, Embu-Guaçu e Itapecerica da Serra e está com 26,1% de sua capacidade


JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DAS REGIONAIS

Os próximos três meses devem ser mais quentes do que o normal para essa época do ano no centro-sul do país, segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que prevê chuvas abaixo da média histórica em quase toda a faixa do sul de Minas Gerais e de Mato Grosso do Sul ao Uruguai.
Deve haver prolongamento das altas temperaturas e da seca deste inverno, que está com 3C acima da média no Sul e no Sudeste.
Caso a seca continue, como diz o Inpe (o trimestre é o início da época chuvosa), pode faltar água na Grande SP, na região de Campinas e na bacia do rio Paraíba do Sul, que abastece parte do Rio.
Hoje, a máxima para São Paulo é de 30C, bem acima da média de mais altas temperaturas para o Estado mesmo em setembro: 23,9C. No Sudeste, a temperatura de setembro a novembro costuma variar de 10C a 32C.
"Teremos mais calor, mas não é possível calcular quanto", diz o meteorologista Hélio Camargo, do Cptec (Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos) do Inpe. Neste ano, o clima no país não deverá mais sofrer influências dos fenômenos El Niño e La Niña.
Boa notícia para o Nordeste: deve chover acima do normal em parte de Maranhão e Bahia e dentro da média, 200 mm (200 l de água por m2), no resto da região.
O calor também será sentido neste fim de semana pelo paulistano, mas quem pretende aproveitar o sol para fazer exercícios físicos pode mudar os planos.
A umidade relativa do ar continua caindo, a poluição levou duas cidades a estado de atenção e não há previsão de ventos fortes nem de chuvas para hoje e amanhã.
A Cetesb (agência ambiental do Estado) indica evitar exercícios das 13h às 16h onde há alta concentração de ozônio. Ontem, sete estações tiveram nível inadequado do gás: Mooca, Santana, Ibirapuera, Santo Amaro (capital), São Caetano, Santo André-Capuava (ABC) e Paulínia (interior).
Como a qualidade foi considerada má em Diadema e Mauá por causa de ozônio, foi decretado estado de atenção. Guarulhos também teve índice inadequado, mas por material particulado (poeira).
O clima seco e poluído é o resultado da falta de chuvas e ventos. Uma massa de ar frio deve chegar à cidade amanhã à noite, segundo o Cptec. Para segunda-feira, há previsão de pancadas de chuva e, na terça, de chuvas esparsas.
Enquanto isso, a capital paulista tem baixa umidade relativa do ar, com 15% ontem, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências da Prefeitura de São Paulo (CGE). Anteontem, foi de 17%.
Na cidade, aumentou em até 30% o número de crises respiratórias atendidas em prontos-socorros. No Instituto da Criança (zona oeste), por exemplo, 75 da média de 185 atendimentos diários foram por problemas respiratórios.
Na cidade de Ribeirão Preto, foi decretado estado de emergência, já que a umidade do ar ontem atingiu 14%. Escolas estão substituindo as atividades ao ar livre. O Vale do Paraíba tem quadro pior: São José dos Campos teve índice de 10%, e Guaratinguetá, 11%.
Para a Organização Mundial da Saúde, valor abaixo de 20% agrava doenças respiratórias. A recomendação é beber muito líquido, umidificar ambientes e evitar aglomerações em áreas fechadas.
Sem chuva ou vento -que ajudam a dispersar os poluentes-, a inversão térmica ocorreu ao nível do solo. O fenômeno, que impede que os gases subam na atmosfera, prendeu os poluentes "no chão" na cidade de São Paulo.

Colaboraram ROBERTO PELLIM, da Redação, a Folha Ribeirão e o "Agora"


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