DA REDAÇÃO

A falta de chuvas coloca em risco o nível dos reservatórios que abastecem a Grande São Paulo.
O sistema Alto Cotia, por exemplo, que abastece Cotia, Embu, Embu-Guaçu e Itapecerica da Serra, tinha ontem 26,1% da capacidade. Em abril de 2001, quando 300 mil pessoas começaram a ser afetadas por um racionamento de água, o índice era de 28%.
No ano passado, o Alto Cotia tinha 66,4% de sua capacidade. O número era elevado por causa do racionamento, que só terminou em janeiro de 2002 e permitiu que o sistema se recuperasse. A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) descarta um novo racionamento, mas espera que chova nos próximos meses a média histórica.
A diferença entre dois anos atrás e hoje é a época do ano. Em abril de 2001, ainda não tinha começado o período de maior estiagem, o inverno. Agora, a aproximação da temporada mais chuvosa pode melhorar a situação.
Em São Roque (59 km de SP), porém, moradores dizem que falta água pelo menos uma vez por semana. "As chuvas são escassas, e os bairros mais afetados são os mais altos", diz o engenheiro da Sabesp Wanderley Paganini, responsável pela região.
Mas o nível não está baixo só no Alto Cotia e em São Roque, que tem sistema independente. O sistema Cantareira, que serve a capital, está com 21,7% da capacidade. Em agosto de 2002, tinha 46,2%. Em outubro de 2001, tinha atingido 14,2% da capacidade, então a marca mais baixa em 14 anos.
O sistema Cantareira ainda sofre neste mês com a escassez de chuvas -só 7,5 mm até ontem. No ano passado, foram 73,3 mm de chuva, e a média histórica para agosto no sistema é de 40,6 mm.
A falta de chuvas afeta outros sistemas. No Rio Claro, choveu 9,7 mm no mês -50,9 mm em agosto de 2002 e média histórica de 102,8 mm. Mas a situação não é tão preocupante, pois o sistema está com 39,5% da capacidade (57,3% em agosto de 2002). (RP)