São Paulo, segunda-feira, 23 de agosto de 2010

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Investimentos atrasam em rodovias concedidas por Lula

Concessionária de Régis e Fernão só gastou até junho 1/4 do previsto no ano

Após dois anos e meio, ainda não houve obras para resolver gargalos; período de chuvas será entrave no fim de 2010

Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Operários trabalham na rodovia Fernão Dias, em SP

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DE BRASÍLIA

As principais rodovias federais privatizadas no governo Lula receberam até junho só um quarto dos recursos para investimento que estavam previstos para este ano.
Concessionária de cinco dos últimos sete lotes concedidos à iniciativa privada, a OHL gastou no primeiro semestre apenas R$ 218 milhões de R$ 880 milhões que planejava injetar em obras e melhorias no ano inteiro.
A empresa espanhola administra 2.078 km, incluindo a Fernão Dias (BR-381) e a Régis Bittencourt (BR-116).
Após dois anos e meio de contrato, não foi feita nenhuma obra que permitisse acabar com os gargalos dessas estradas, nas ligações de São Paulo a Minas e ao Paraná.
A lentidão nos investimentos é também reflexo da autorização dada pelo governo federal, no final de 2009, para que as obras mais importantes fossem postergadas por todas as concessionárias.
O modelo de concessões de rodovias federais é apontado pelos governistas como trunfo da passagem da candidata a presidente Dilma Rousseff (PT) pela Casa Civil.
Com R$ 1,2 bilhão em dívidas que vencem em um ano, a OHL pediu socorro ao BNDES para cumprir seus contratos. Sem isso, admite a empresa, as obras não sairão.
As dificuldades fizeram com que até junho, diz a OHL, sua principal obra tenha sido a praça de pedágio de Mairiporã (Grande SP), que deve operar em setembro.

PERÍODO CHUVOSO
Devido ao atraso no cronograma, a concessionária tem que triplicar seu ritmo de investimentos neste semestre.
No total, deverão ser duplicados 232 km, construídos 271 km de novas faixas e 167 km de contornos e variantes.
Há outro problema: a empresa terá de investir mais exatamente no período chuvoso do ano, um obstáculo para obras viárias.
Diretor financeiro da OHL, Francisco Moura da Costa, admite a dificuldade de cumprir prazos até dezembro.
"Vamos fazer um enorme esforço. Terraplenagem, por exemplo, é impossível [devido às chuvas], mas podemos mexer no pavimento."
Nas rodovias estaduais de São Paulo, a execução da OHL foi melhor: metade da projeção de R$ 182 milhões.
No Rio, a principal melhoria a cargo da OHL (duplicação de 171 km da BR-101) só é prevista para iniciar em 2011.
Ela também é responsável pela duplicação de 30 km da Régis, em SP, que começou há dois meses, além do contorno de Betim, de 10,3 km, na Fernão Dias, em Minas.


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