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Entenda como foi feito o mapa
DA REPORTAGEM LOCAL
O Mapa da Fome elaborado pela Folha localiza geograficamente
as famílias que não têm o que comer na cidade de São Paulo. Foi
elaborado a partir do cruzamento
inicial de dados de três fontes:
1) A relação de centros comunitários, associações de moradores
e paróquias que estão na fila de espera do programa de distribuição
de cestas básicas da Secretaria de
Estado do Abastecimento.
2) Informações de desnutrição
da Pastoral da Criança, que monitora 5% das crianças paulistanas
de até seis anos que moram em
bolsões de miséria.
3) A lista de espera do programa
Mesa São Paulo, do Sesc, e da
ONG Banco de Alimentos. Ambos distribuem frutas, legumes e
pães a instituições que servem refeições para pessoas carentes.
O Sesc atende 122 organizações
que alimentam 16.593 pessoas. Na
fila de espera há mais 156 instituições que atendem 22.227 pessoas.
Já na fila de espera do Banco de
Alimentos há 2.008 pessoas.
As listas de espera das instituições foram comparadas para evitar duplicidade. Todas as informações foram discutidas com lideranças regionais da Pastoral da
Criança e com técnicos de programas de distribuição de alimentos.
A partir das entrevistas com famílias de comunidades diferentes
foi possível determinar que as famílias do centro, mesmo aquelas
que vivem em cortiços e em favelas, têm mais facilidade para obter
alimentos do que os miseráveis da
periferia. Essa facilidade, ainda
que relativa, dos habitantes do
centro é traduzida pela maior
chance de fazer bicos e pela proximidade dos bairros de classe média, onde há mercados e restaurantes que doam comida.
Por só contabilizar famílias inscritas em associações de bairro, a
representação da zona sul no Mapa da Fome ficou prejudicada. A
região mais pobre de São Paulo
ainda não tem o nível de organização social da zona leste, por
exemplo.
(GA)
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