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SALA ESPECIAL
Oscar Maroni Filho critica vulgaridade de propaganda de concorrente que simula sexo oral
Dono do Bahamas ataca outdoor pornô
FERNANDO DONASCI
REPÓRTER-FOTOGRÁFICO
"Isso é uma falta de respeito
com a população. Se eu fosse o
prefeito, agiria igual, minha mãe
e minha filha não são obrigadas
a ver essa pornografia pelas ruas
da cidade." A frase indignada,
sobre os outdoors sugerindo sexo oral retirados de São Paulo
nesta semana, soaria menos irônica se não fosse de Oscar Maroni Filho. Ele é dono do Bahamas
Night Club, bar que reúne belas
garotas em trajes sensuais, a
maioria de biquíni, bem maquiadas e dispostas a entreter o
cliente por um bom dinheiro.
"Trabalho nesse ramo há 30
anos. Minhas propagandas são
totalmente discretas. A vulgaridade denigre os próprios estabelecimentos, prejudicando o glamour da noite paulistana."
O Bahamas ocupa um prédio
de quatro andares e 2.300 m2. No
pico do movimento pré-GP Brasil de F-1, reúne 350 mulheres,
algumas delas capas de revistas
pornô. Nesta época, até 300 homens surgem por noite.
A casa fecha a área VIP especialmente para pilotos e mecânicos, onde eles têm a visão completa do Bahamas, pedindo para
algumas mulheres os acompanharem à parte reservada. Na
maioria dos casos esse valor é
cobrado em dólar.
Ao entrar, o cliente recebe
uma chave e paga R$ 101 de consumação -mulheres bem menos, R$ 20. Com direito a sauna
(seca e vapor) e shows.
Mulheres, boa parte delas dizendo ser universitárias de todo
o país, se insinuam no estilo dos
antigos cabarés. Após uma conversa e o acerto, a garota vai ao
balcão e requisita a chave do
quarto. Valor: R$ 300 a R$ 700.
Sobre esse ponto Maroni tem
uma posição: "Um casal maior
de idade decide o que quer. Vivemos em uma democracia".
Questionado sobre problemas
com a polícia -foram quatro
vezes- por causa da prostituição ou facilitação, Maroni responde: "Fui absolvido de todos
os processos. Na opinião de juízes e desembargadores, meu estabelecimento, da forma que
funciona, é legal", diz ele, que
seis meses atrás saiu algemado
do Bahamas e ficou 13 dias preso
por porte ilegal de arma.
"Acredito que a causa dessas
batidas policiais foram protestos
que fiz e por falar o que penso.
Tenho consciência dos meus direitos. Ao sair da delegacia fui a
um programa de TV, ao vivo,
com uma fantasia de "Irmãos
Metralha", e pedi que a imprensa
e a população brasileira não me
julgassem antes da Justiça."
O estabelecimento funciona
todos os dias, das 12h às 4h, com
shows de strip-tease à moda dos
cabarés, em um palco espelhado, a cada 30 minutos.
As dançarinas encarnam personagens de vários estilos. Uma
delas veste um macacão de piloto de F-1 com a bandeira do Brasil na mão e a música tocada nas
vitórias de brasileiros, principalmente Ayrton Senna. É especial
para o GP de F-1.
Maroni promove festas e eventos esportivos e sonha em expandir seu negócio pelo Brasil
vendendo franquia. Fala até em
colocar ações de suas empresas
na Bolsa de Valores.
"Posso ser imoral, indecente e
até pornográfico, mas não sou
ilegal, dependendo do ponto de
vista de cada um, como diz o
meu sócio Larry Flynt, da revista
[pornô] "Hustler"."
Expansão
O grupo de Maroni avança. Ele
está construindo um hotel cinco
estrelas, já em fase final, com o
intuito de hospedar turistas e
executivos que passeiam pela capital paulistana. O hotel é uma
das empresas totalmente independentes do Bahamas.
Montadoras, com outras empresas ligadas à corrida, fecharam o estabelecimento inteiro
por R$ 90 mil no ano passado
para seus convidados.
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