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VIDAS SECAS
Hospitais do Estado registraram 1.819 casos relacionados a problemas respiratórios do início de agosto até agora
Fumaça aumenta nš de internações no Acre
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
O número de internações por
problemas respiratórios nos hospitais do Acre do início de agosto
até agora é de 1.819. Esse número
é mais do que a metade das internações registradas nos sete primeiros meses deste ano (3.207).
Cruzeiro do Sul é a mais atingida. Foram 532 internações de janeiro a julho. Nos últimos 45 dias,
717 pessoas foram internadas.
Para a Secretaria de Saúde do
Acre, a causa do aumento das internações é a fumaça proveniente
de queimadas na região amazônica que se concentra no Estado.
A situação é agravada pela seca
que vem dificultando o controle
do fogo e reduziu significativamente a umidade relativa do ar. O
Acre, localizado na região amazônica, tem em geral umidade relativa do ar próxima dos 90%. Hoje,
está entre 30% e 50%.
"Há um aumento enorme também nas consultas ambulatoriais.
Só em Rio Branco nos últimos 45
dias foram 7.309 atendimentos
por problemas respiratórios. Um
aumento de 100% em relação ao
período de janeiro a julho", disse
a secretária de Saúde, Suely Melo.
"Já percebemos um aumento
nos casos de infecção aguda de
pulmão", disse o médico Marco
Aurélio Nunes Pereira, diretor-geral do Hospital de Urgência e
Emergência de Rio Branco.
Segundo ele, a média de internações diárias por problemas respiratórios subiu de 6 para 11 nos
últimos dias -o que representa
um terço das internações.
Ontem, a fumaça dissipou um
pouco em relação aos dois dias
anteriores. E os focos de incêndio
no Estado diminuíram.
Segundo o secretário interino
de Meio Ambiente do Acre, Fernando Ferreira Lima, o vento noroeste ajudou a tirar de cima do
Estado a fumaça que vem principalmente de incêndios em Mato
Grosso e Rondônia.
O combate ao fogo foi intensificado ontem. Segundo Anselmo
Forneck, gerente do Ibama no
Acre, dobrou o número de pessoas deslocadas para o controle
dos incêndios. Equipamentos como abafadores, bombas costais
(mochilas com água para apagar
o fogo), luvas, botas e máscaras
foram enviados em aviões da FAB
(Força Aérea Brasileira).
A maior causa dos incêndios
são as queimadas provocadas por
pequenos agricultores, que, por
causa da seca, não conseguem
controlar o fogo. A floresta, normalmente úmida, também está
seca. E o fogo se alastra.
Na quarta-feira, o governador
Jorge Viana (PT) decretou estado
de emergência em 12 municípios
atingidos. Algumas prefeituras
começaram a contabilizar os prejuízos. O fogo destruiu pastagens,
criações e plantações, além de casas, currais e cercas que precisam
ser reconstruídos.
Em Acrelândia, os prejuízos podem chegar a R$ 22 milhões.
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