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Região de chacina virou rota de contrabando
Alternativa foi adotada depois que fiscalização foi intensificada na Tríplice Fronteira (Brasil, Argentina e Paraguai)
A delegacia da PF em Guaíra toca mais de 800 inquéritos que envolvem contrabando e tráfico de armas e drogas nos últimos três anos
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA E FOZ
DO IGUAÇU
A região de Guaíra, na fronteira noroeste do Paraná com o
Paraguai, é a nova rota adotada
por contrabandistas e traficantes de drogas e armas. O movimento é constatado depois que
a fiscalização foi intensificada
na chamada Tríplice Fronteira,
entre Brasil, Argentina e Paraguai, na região de Foz do Iguaçu
(640 km de Curitiba).
A nova rota dos criminosos
foi adotada há mais de dois
anos, desde que a aduana brasileira na ponte da Amizade, que
liga Foz e Ciudad del Este, passou a fiscalizar 100% dos produtos que deixam o Paraguai.
"Os criminosos estão transferindo aquele comércio ilegal
para Guaíra por causa do aperto na ponte da Amizade", diz o
secretário da Segurança do Paraná, Luiz Fernando Delazari.
Entre setembro e agosto, a
Polícia Rodoviária Federal
(PRF) fez duas apreensões de
armas em Guaíra que seguiriam para o Rio. No dia 7 deste
mês, dois homens foram presos
com 14 pistolas e uma metralhadora, compradas no Paraguai. Em agosto, a PRF interceptou um carregamento de
uma tonelada de maconha e
quatro metralhadoras, que
também iriam para o Rio.
Na semana passada, policiais
federais da delegacia de Guaíra
apreenderam duas carretas
com 40 mil pacotes de cigarros
contrabandeados do Paraguai.
Em abril deste ano, uma operação da Secretaria da Segurança e da Polícia Federal desarticulou uma quadrilha de 47 pessoas envolvidas no contrabando de cigarros -44 eram policiais (35 militares e nove civis).
A delegacia da PF em Guaíra
toca mais de 800 inquéritos relacionados a casos de contrabando e tráfico de armas e drogas nos últimos três anos.
Devido ao intenso comércio
ilegal de cigarros, a Justiça Federal em Umuarama (580 km
de Curitiba) tem aberto inquéritos para apurar redes de corrupção que contam com a cobertura de policiais e políticos
de municípios da região.
Umuarama
No último dia 19, a casa de
um juiz federal de Umuarama
(580 km de Curitiba) foi alvo de
tiros. Ao menos dez disparos
atingiram a casa do diretor do
fórum da Justiça Federal do
município, Luiz Carlos Canalli.
Em fevereiro, houve outro
atentado contra outro juiz federal de Umuarama. Naquele
mês, o carro do juiz Jail Benites
Azambuja foi atingido por tiros.
Azambuja não se feriu.
Apesar de a PF não ter visto
ligação nos dois casos, a Folha
apurou que os dois atentados
têm relação com o cerco ao tráfico de drogas e ao contrabando
na região.
(DV e JM)
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