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Pobreza cai mais rápido em SP do que no país, diz estudo
De 2006 para 2007, proporção de pobres no Estado diminuiu de 22,8% para 20,4%
No Brasil, total de pobres caiu de 26,9% da população para 25,1%; queda da pobreza, porém, perdeu velocidade nos último anos
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A pobreza caiu em ritmo
mais acelerado no Estado de
São Paulo do que na média do
país em 2007, diz estudo da
economista Sonia Rocha, do
Iets (Instituto de Estudos do
Trabalho e Sociedade) com dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).
No ano passado, a proporção
de pobres no Estado passou de
22,8% para 20,4%, o menor
percentual desde o início da série, em 1995. A população em
São Paulo em 2007, de acordo
com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),
era de 39,8 mil.
Segundo a economista, a melhora da pobreza na região metropolitana motivou a redução
do índice. "A pobreza metropolitana é o núcleo duro da pobreza paulista. Dos 8,1 milhões de
pobres paulistas, 5,5 milhões
são metropolitanos", disse.
No Brasil, o número de pobres declinou de 49,04 milhões
de pessoas em 2006 para 46,25
milhões em 2007, uma redução
de 2,8 milhões de indivíduos
pobres. Em termos percentuais, o total de pobres diminuiu de 26,9% para 25,1%.
Apesar da redução, os dados
mostram que a queda da pobreza perdeu velocidade. Em
2005, ela havia caído 2,7 pontos
percentuais; em 2006, 3,6 pontos; e, em 2007, 1,8 ponto.
Classe social
Um levantamento do Ipea
(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) com base nos
dados coletados pela Pnad de
2007 mostra que 13,8 milhões
de brasileiros ascenderam socialmente de 2001 a 2007.
O estudo, divulgado ontem,
estabelece três faixas: renda familiar de até R$ 545,66 (baixa);
entre R$ 545,66 e R$ 1.350,82
(média); e acima de R$ 1.350,82
(alta). Segundo o pesquisador
do Ipea Ricardo Amorim, 10,2
milhões de pessoas passaram
da faixa de renda baixa para a
de renda média entre 2001 e
2007; e 3,6 milhões migraram
da média para a alta. "O país está vivendo uma redução histórica da desigualdade. Mas há
muito a fazer", disse Ricardo
Paes de Barros, do Ipea.
Apesar de as estatísticas registrarem esse avanço, muitos
especialistas afirmam que a
Pnad tem dificuldades para aferir a renda do capital -o rendimento de fundos de investimentos ou ações, por exemplo.
Com isso, fica mais difícil
"medir" a renda dos mais ricos- o que pode distorcer os
resultados sobre desigualdade.
No questionário da Pnad, os
pesquisadores do IBGE perguntam sobre os rendimentos
obtidos com o trabalho e com
outras fontes. Para especialistas, o rendimento com aplicações pode não ser informado,
por diversas razões. "Isso, porém, não impede que capte tendências significativas em relação à renda", diz Marcelo Neri,
da Fundação Getulio Vargas.
Colaborou ROBERTO MACHADO, da Sucursal
do Rio
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