São Paulo, terça-feira, 23 de setembro de 2008

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Pobreza cai mais rápido em SP do que no país, diz estudo

De 2006 para 2007, proporção de pobres no Estado diminuiu de 22,8% para 20,4%

No Brasil, total de pobres caiu de 26,9% da população para 25,1%; queda da pobreza, porém, perdeu velocidade nos último anos

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

A pobreza caiu em ritmo mais acelerado no Estado de São Paulo do que na média do país em 2007, diz estudo da economista Sonia Rocha, do Iets (Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade) com dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).
No ano passado, a proporção de pobres no Estado passou de 22,8% para 20,4%, o menor percentual desde o início da série, em 1995. A população em São Paulo em 2007, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), era de 39,8 mil.
Segundo a economista, a melhora da pobreza na região metropolitana motivou a redução do índice. "A pobreza metropolitana é o núcleo duro da pobreza paulista. Dos 8,1 milhões de pobres paulistas, 5,5 milhões são metropolitanos", disse. No Brasil, o número de pobres declinou de 49,04 milhões de pessoas em 2006 para 46,25 milhões em 2007, uma redução de 2,8 milhões de indivíduos pobres. Em termos percentuais, o total de pobres diminuiu de 26,9% para 25,1%.
Apesar da redução, os dados mostram que a queda da pobreza perdeu velocidade. Em 2005, ela havia caído 2,7 pontos percentuais; em 2006, 3,6 pontos; e, em 2007, 1,8 ponto.

Classe social
Um levantamento do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) com base nos dados coletados pela Pnad de 2007 mostra que 13,8 milhões de brasileiros ascenderam socialmente de 2001 a 2007.
O estudo, divulgado ontem, estabelece três faixas: renda familiar de até R$ 545,66 (baixa); entre R$ 545,66 e R$ 1.350,82 (média); e acima de R$ 1.350,82 (alta). Segundo o pesquisador do Ipea Ricardo Amorim, 10,2 milhões de pessoas passaram da faixa de renda baixa para a de renda média entre 2001 e 2007; e 3,6 milhões migraram da média para a alta. "O país está vivendo uma redução histórica da desigualdade. Mas há muito a fazer", disse Ricardo Paes de Barros, do Ipea.
Apesar de as estatísticas registrarem esse avanço, muitos especialistas afirmam que a Pnad tem dificuldades para aferir a renda do capital -o rendimento de fundos de investimentos ou ações, por exemplo.
Com isso, fica mais difícil "medir" a renda dos mais ricos- o que pode distorcer os resultados sobre desigualdade.
No questionário da Pnad, os pesquisadores do IBGE perguntam sobre os rendimentos obtidos com o trabalho e com outras fontes. Para especialistas, o rendimento com aplicações pode não ser informado, por diversas razões. "Isso, porém, não impede que capte tendências significativas em relação à renda", diz Marcelo Neri, da Fundação Getulio Vargas.


Colaborou ROBERTO MACHADO, da Sucursal do Rio


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